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Do samba ao funk: a favela faz o Maracanã dançar

O samba, o passinho e o funk, ritmos nascidos nas favelas cariocas, tomaram conta do Maracanã


	Abertura da Olimpíada do Rio de Janeiro, no estádio do Maracanã
 (Kai Pfaffenbach/Reuters)

Abertura da Olimpíada do Rio de Janeiro, no estádio do Maracanã (Kai Pfaffenbach/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2016 às 22h54.

Rio de Janeiro - O samba, o passinho e o funk, ritmos nascidos nas favelas cariocas, tomaram conta do Maracanã nesta sexta-feira e transformaram a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos em uma festa com a força arrasadora da cultura negra, que fez todo o estádio balançar.

As favelas, onde vive um quarto da população da cidade, foram o berço do samba há um século e agora emana delas o som poderoso do funk.

Assim como o samba, o funk saiu da clandestinidade, da marginalização social e acabou descendo de morros e favelas para conquistar o grande público e a lista das músicas mais ouvidas nas rádios do país.

Com os primeiros sons da batida do funk, o jovem Cristian do Passinho, de 13 anos, se tornou a estrela do palco, ao lado de outros dançarinos e da cantora Ludmilla, que interpretou o "Rap da Felicidade", um autêntico hino das favelas.

Logo em seguida, Elza Soares, uma das grandes damas do samba e da Música Popular Brasileira (MPB), entoou o "Canto de Ossanha", canção lançada em 1966 por Baden Powel e Vinícius de Moraes e que deu visibilidade às religiões de origem africana, que foram perseguidas pelas autoridades durante longos períodos da história do Brasil.

A "festa da favela" prosseguiu com uma rápida sucessão de sucessos da música pop, do samba e do funk interpretados em um duelo entre o rapper Marcelo D2 e o sambista Zeca Pagodinho, que intercalaram estrofes de seus temas mais conhecidos.

Além disso, dezenas de dançarinos vestidos de branco se agitavam pelas pilhas de cubos multicoloridos que simulavam a geografia das favelas.

As MC's Karol Conka e Soffia, esta última de apenas 12 anos de idade, fizeram um breve duelo de vozes, acompanhados por um dançarino que misturou "break dance" com capoeira.

Depois, vários grupos de dançarinos encheram o palco disposto sobre o gramado do Maracanã para mostrar, ao mesmo tempo, diferentes estilos regionais do Brasil, como o Maracatu do nordeste e a música dos bate-bolas do carnaval do Rio.

A apoteose da festa, que pôs o público de pé, ficou sob a responsabilidade de Jorge Ben Jor com "País Tropical", canção que exalta as belezas das diferentes regiões do Brasil.

O sucesso de Jorge Ben Jor foi tamanho que o cantor seguiu entoando a canção à capela, acompanhado por todo o público brasileiro, que fechou a apresentação com uma grande ovação. 

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