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'Divergente' parece 'Jogos Vorazes' com ênfase na história de amor

Em sociedade futurista, adolescentes são classificados em cinco grupos. Personagem de Shailene Woodley é heroína que não se adequa a padrões.

divergente (Divulgação)

divergente (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2014 às 05h45.

Baseado numa série de literatura infanto-juvenil, "Divergente" é uma espécie de "Jogos Vorazes" com ênfase no romance. O longa, que estreia no país em cópias dubladas e legendadas, baseia-se no primeiro livro da trilogia de Veronica Roth (aqui também creditada como produtora), e tem em Tris (Shailene Woodley, de "Os Descendentes"), sua heroína.

Num futuro próximo, após uma guerra, aparentemente, o que sobrou da humanidade vive numa Chicago cercada de muros e dividida em frações: Abnegação (os altruístas), Amizade (os pacíficos), Audácia (os corajosos), Franqueza (os honestos) e Erudição (os inteligentes).

Ao chegar aos 16 anos, numa grande cerimônia, cada jovem deve escolher a fração onde irá morar - pode ser aquela em que já está com seus pais, ou outra. Antes disso, passa por um teste, no qual um computador investiga sua mente e indica qual seria a melhor escolha. A escolha do computador para cada jovem baseia-se nos seus medos e capacidade mental de lidar com eles.

Esta avaliação é feita mediante um simulador mental, em que se materializam os maiores pavores de cada um. Enquanto a maioria gasta muito tempo tentando se livrar do problema, Tris o faz em questão de minutos, e nem termina o exame abalada.

O caso de Tris, no entanto, é raro: ela é uma Divergente, apresentando características de todas as frações. Logo ela é aconselhada a não revelar isso a ninguém, pois sua condição é uma ameaça à organização do mundo. Por isso, ela poderá ser exterminada. Tris, cujos pais (Tony Goldwyn e Ashley Judd) pertencem à Abnegação, escolhe a Audácia, uma espécie de exército defensor dessa sociedade.

Durante o treinamento, ela fica sabendo que precisará passar por provas físicas para pertencer ao grupo. Caso não seja considerada apta, será uma pária, pois não pode voltar para a casa dos pais que abandonou. O problema para ela não é apenas a dificuldade dos testes, mas também o instrutor que não tira os olhos dela, embora a hostilize. Ele se chama Quatro (Theo James, de "Anjos da Noite: O Despertar"), e está entre os audaciosos há tempo suficiente para esquecer seu passado.

O diretor Neil Burger ("Sem limites") mostra-se mais interessado em piruetas e malabarismos do que na crise do mundo onde habitam esses personagens. Por exemplo, as pessoas da fração dos Audaciosos passam o tempo atormentando umas às outras, ou pulando de trens em alta velocidade em direção ao topo de um edifício abandonado onde fica seu QG.

Conhecemos pouco de Tris, e ainda assim torcemos por ela - mais por conta do talento e carisma da atriz do que da personagem, cujo romance sem graça e previsível só serve para atrapalhar o que há de mais interessante na trama. Por que para as heroínas sempre precisa haver a conquista de um amor? Nesse sentido, Katniss, de "Jogos Vorazes", está um passo além do estereótipo: sua ideia é fazer revolução, se uma paixão vier junto, tudo bem.

De toda forma, "Divergente" é apenas o primeiro capítulo de uma nova franquia - que inclui elementos de outras de sucesso, especialmente "Jogos Vorazes" e "Crepúsculo". Até aqui, o que se vê é um filme sem ambição o suficiente para chegar perto do primeiro, e confortável demais com uma história de amor que beira o banal, como o segundo. Resta esperar os próximos filmes ("Insurgente" e "Convergente") para saber para qual lado a nova franquia vai pender.

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