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Diretor chileno afirma que o cinema do país está no auge

Alan Fischer disse que a indústria cinematográfica do Chile está em seu auge, embora reconheça que os chilenos assistem pouco ao cinema nacional


	Cinema: segundo o cineasta, apesar do bom momento, é muito difícil competir com Hollywood
 (Wikimedia Commons)

Cinema: segundo o cineasta, apesar do bom momento, é muito difícil competir com Hollywood (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2014 às 13h43.

São Paulo - O diretor chileno-americano Alan Fischer afirmou nesta segunda-feira que a indústria cinematográfica do Chile está em seu auge, embora reconheça que "os chilenos assistem pouco ao cinema nacional" em função do caráter "muito local" das produções.

O cinema chileno "está vivendo uma época muito saudável, com uma grande diversidade de filmes", declarou Fischer em entrevista concedida à Agência Efe.

O diretor, que nasceu nos Estados Unidos e foi criado no Chile, onde se estabeleceu, participa durante esta semana da 38ª Mostra Internacional de Cinema, na cidade de São Paulo.

Fischer apresentou em São Paulo seu primeiro longa-metragem, "Filho de Trauco", inspirado em um mito de Chiloé - ilha situada ao sul do Chile.

Segundo o cineasta, "apesar do bom momento do cinema chileno", é muito difícil competir com Hollywood".

"O público chileno costuma ver mais produções "gringas" do que nacionais", lamentou Fischer, que defende deixar a concorrência da indústria de lado.

Para Fischer, o sucesso internacional do filme "No", de seu compatriota Pablo Larraín -que abriu o festival de São Paulo há dois anos - foi um estímulo para outros diretores chilenos, porque, reconheceu, "é difícil convencer as pessoas" a botar fé em um diretor novo.

O cineasta, que até agora havia se dedicado a documentários e curtas-metragens, considera que a fórmula para uma boa produção é aliá-la a uma música "que descreva ou seja a antítese do mundo interior dos personagens".

Mas principalmente, disse, contar com um roteiro que "remova as barreiras da mente e que altere a perspectiva de realidade".

Perguntado sobre o constante sucesso de dramas latinos, Fischer defendeu que "não é necessário que um filme aborde experiências traumáticas para fazer sucesso", mas acrescentou que, em sua opinião, os criadores deste tipo de filme buscam "analisar o passado para fazer o bem".

"A América Latina tem uma abundância de histórias para serem contadas sobre pobreza, conflitos ou abusos de poder", declarou Fischer em referência à grande quantidade de dramas latino-americanos.

Fischer, cujas referências vão desde os irmãos Cohen a Woody Allen e Pedro Almodóvar, conta em "Filho de Trauco" a história de um jovem de 14 anos que descobre que tudo o que lhe contaram sobre a identidade de seu pai é mentira.

O longa-metragem, único chileno no festival, chegou a São Paulo após participar de festivais na Polônia, Áustria, Estados Unidos e China.

"O Trauco é um anão com poderes sexuais sobrenaturais", disse Fischer, que, além de dirigir, também escreveu o roteiro do filme.

"Todas as mulheres que engravidam antes do casamento ou não sabem quem é o pai de seus filhos alegam terem sido hipnotizadas pelo Trauco", disse Fischer, que é apaixonado por histórias que beiram o limite da realidade, da verdade e da mentira.

Fischer contou que aconteceram vários imprevistos durante as filmagens. "Houve um dia em que ficamos presos em um barco, no meio do mar, com todo o equipamento, e alguns membros da equipe precisaram sair de lá nadando. E em outra situação uma criança quase se afogou".

"No final, já acreditávamos que a ilha era amaldiçoada e estava colocando nos pregando peças para que não conseguíssemos terminar o filme", brincou.

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