Existem dois métodos principais para elaboração do vinho rosé. (Pxhere/Reprodução)
Julia Storch
Publicado em 25 de junho de 2022 às 08h30.
O vinho rosé, que tem seu berço em Provence, na França, vem numa onda crescente de consumo. Mas também pudera, é um vinho para lá de charmoso, tanto que existe até um dia só para ele. Hoje (25) é comemorado o Dia Mundial do Rosé.
Por muito tempo, o vinho foi rotulado como um produto voltado para o paladar feminino, mas, graças à sua versatilidade, caiu no gosto dos brasileiros. Segundo Cibele Siqueira, sommelière da Wine, em muitas ocasiões o rosé pode ser a escolha perfeita até para os consumidores com um paladar mais cervejeiro.
“Sabe aquela feijoada de domingo? Ou aquele torresmo com futebol? O rosé consegue transitar muito bem nessas ocasiões. Seu sabor delicado garante uma ampla aceitabilidade. Antigamente, esta bebida era inclusive acompanhada de guisados de carne de caça e, por isso, trazendo para a cultura tradicional dos brasileiros, há vinhos rosé que podem sim combinar com uma feijoada sem deixar o prato mais pesado”, esclarece a especialista do clube de assinatura de vinhos Wine.
Seguindo essa sugestão de harmonização, também é um belo coringa para pratos compostos à base de proteínas e gorduras suínas como o popular torresmo de rolo. A explicação é simples: essa categoria de vinhos acrescenta uma boa acidez e estrutura necessária que permitem que a harmonização com sabores intensos seja um sucesso.
Existem dois métodos principais para elaboração do vinho rosé. “O método mais famoso é o de prensa, pois nele a uva tinta é colhida especialmente para elaborar sua produção, ou seja, antes do grau de maturação no qual seria colhida se o objetivo final fosse por exemplo um vinho tinto. O rosé, portanto, é um vinho que fica menos tempo em contato com a casca da uva, por isso resulta em um líquido de cor mais clara e excelente acidez”, esclarece Cibele.
O segundo método mais aplicado é o conhecido como sangria, que resulta na produção de dois vinhos. O processo é iniciado da maneira convencional para a produção de um tinto, mas, antes de ser concluído, é extraída uma parte do mosto que ficou em contato com a casca, para então prosseguir para a vinificação de um rosé. Na sequência, o restante do mosto será fermentado para a produção de um vinho tinto.
Há quem diga que “um rosé se compra com os olhos”. Os mais claros tendem a ser mais delicados e excelentes para um dia de sol e piscina. Já os que possuem coloração mais forte são ótimos para acompanhar pratos mais estruturados.
Vale ressaltar que, assim como a cor vem da casca da uva, o tanino também. Com isso, quanto mais escuro o rosé, mais estrutura e mais gastronômico ele será.