Thamila (esq.) trabalha desde criança com o pai e assumiu cargo executivo aos 17 anos na empresa (Grupo SEB/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2022 às 15h55.
Filha entusiasmada desde a infância com o trabalho do pai: é assim a relação do empresário Chaim Zaher, do Grupo SEB – um dos maiores do setor do ensino privado no Brasil –, com Thamila Zaher, diretora-executiva da instituição. E o fundador garante que o resultado disso é um profundo senso de realização pessoal, com uma sucessora capaz de assumir à frente dos negócios (quando chegar o momento) e lidar com o dia a dia da empresa.
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Na sala de trabalho do empresário, a ampla mesa tinha seis cadeiras cativas: a própria, uma para a mulher, Adriana, e outras quatro para as filhas, que já acompanhavam as rotinas de reuniões do pai desde os oito anos de idade. “Na minha sala havia uma mesa em ‘U’, bastante grande, e eu colocava seis lugares reservados para elas ao redor”, diz. “Desde pequenas, elas já participavam do meu dia a dia. Minha finalidade era que elas tivessem uma visão do meu trabalho, para que, as que quisessem continuar no negócio, pudessem continuar.”
A companhia das filhas, portanto, jamais foi obstáculo para que o pai prosseguisse com a expansão das atividades da empresa: “Nunca deixei de participar de nenhuma reunião, de cuidar de nenhum negócio, de um assunto, por conta delas. Elas inclusive assistiram diversos momentos bons e ruins – viram o pai ficar bravo, o viram negociando”.
Focada na formação em áreas de gestão e inovação em instituições acadêmicas no país e também fora, a filha Thamila assumiu o primeiro cargo executivo no Grupo SEB aos 17 anos, como diretora administrativa de uma das escolas da empresa. Mas também garante que sempre houve cobrança para entregar resultados acima das expectativas. Como diretora-executiva, trabalha há dez anos.
“A relação pai e filha nunca interferiu na profissional: eu era mais uma diretora do grupo e meu pai, como presidente, cobrava de mim resultados como fazia como os demais – e de mim era esperado mesmo mais do que dos outros. Tive uma evolução planejada: à medida em que via oportunidades, ia planejando meus próximos passos para assumir mais e mais amplas responsabilidades”, diz.
Chaim Zaher afirma que o entusiasmo das filhas pela atividade cresceu durante as reuniões com professores, pais, diretores e nas negociações. Para o empresário, o grande momento foi quando elas perceberam que não haveria envolvimento apenas no aspecto pedagógico da companhia, mas também nas áreas financeira e administrativa.
Para Thamila, a participação nunca foi imposta, mas, sim, contextualizada. “Isso ajudava a criar um elo, uma conexão. O trabalho nunca foi um lugar ruim, ou chato. Era um lugar de oportunidades de aprender, ouvir coisas novas, trocar experiências. Sempre gostei muito de brincar quando pequena, mas também achava o máximo quando estava na hora de ir para o trabalho”, explica. Aos sete anos, já colaborava na loja de uniformes da família.
E a executiva explica que, a relação entre pai e filha, com o trabalho como ligação, pede que se siga um caminho híbrido – que se esteja sempre “em conexão com a essência, com os valores que nos acompanham, mas que nunca se deixe de inovar”. “Num mundo de transição, e mesmo de transição geracional, de pai para filha, o caminho passa pelos valores e pela essência, mas sem deixar o negócio perder a relevância”, afirma.
Para o empresário, a participação das filhas dá a certeza de que poderá assumir uma posição no conselho da empresa e delegar funções às filhas no controle do Grupo SEB. “Eu continuo a investir, a estar à frente de projetos, exatamente porque tenho segurança de que tenho uma sucessão. Devo ir mais para o conselho, mais para a parte estratégica. E, com elas, a operação do grupo ficará em muito boas mãos”, diz.