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Dia do vinho: por que nunca bebemos tanto quanto estamos bebendo hoje?

Embora possua apenas 2% da fatia mundial do mercado de vinhos, o consumo da bebida no Brasil nunca foi tão alto: a pandemia explica o motivo

Tela de Camille Pissarro 1872:  demanda da bebida entre os brasileiros registrou alta de 18% em 2020. (Heritage Art/Getty Images)

Tela de Camille Pissarro 1872: demanda da bebida entre os brasileiros registrou alta de 18% em 2020. (Heritage Art/Getty Images)

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Matheus Doliveira

Publicado em 19 de maio de 2021 às 06h00.

Última atualização em 22 de maio de 2021 às 07h03.

O Brasil tem bastante a celebrar no dia mundial do vinho, comemorado neste 19 de maio. Se a pandemia reduziu o consumo da bebida em nível global no último ano, o mesmo não aconteceu por aqui. Segundo relatório da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), uma das maiores autoridades do assunto no mundo, a demanda da bebida entre os brasileiros registrou alta de 18% em 2020, maior crescimento entre todos os países associados, o que inclui mercados gigantes como Estados Unidos e China. 

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Por aqui, a procura por vinhos subiu de 360 milhões de litros em 2019 para 430 milhões de litros em 2020. As mudanças de hábito proporcionadas pela pandemia são apontada como o principal fator de alta pela OIV. No ano passado, cada brasileiro bebeu, em média, 3 garrafas de vinho ao ano (2,6 litros). Em 2019, o consumo era de 2 litros por adulto (a métrica da pesquisa considera como adultos pessoas maiores de 15 anos), cerca de 2 garrafas em 12 meses.

Globalmente, o Brasil representa apenas 2% do mercado de vinhos, que é liderado por Portugal (51,9 litros por pessoa ao ano) e Itália (46,6 litros por pessoal ao ano). Ainda assim, a alta na comercialização, por aqui, segue mais aquecida do que em quase todos os países. Em 2019, houve queda de 3% na demanda mundial, sendo que só China, sexto maior mercado da bebida no mundo, arrefeceu 17%. 

Entre as principais razões do vinho estar atraindo cada vez mais a atenção dos consumidores está o aumento da demanda por bebidas alcoólicas em geral. Com o abre e fecha de bares e restaurantes, 42% dos brasileiros aumentaram a ingestão fermentados e destilados em casa, segundo a organização Pan-Americana da Saúde. 

Com essas mudanças no hábito de consumo de vinho, quem sai ganhando são os e-commerces, que se fortaleceram como nunca nos últimos meses. Assim, o Brasil se tornou o terceiro maior mercado mundial em número absoluto dos que compram vinho online. São mais de 10,6 milhões, atrás apenas dos EUA (19,3 milhões) e da China (27,3 milhões).

A Evino, maior e-commerce de vinhos da América Latina, anunciou em setembro passado ter aumentado seu faturamento em 70% no período, embolsando mais de 300 milhões de reais com as vendas online. Já a Wine, que se diz o maior clube de vinhos do mundo, com 250 mil sócios, realizou em março deste ano um novo pedido de oferta de ações (IPO) junto a Comissão de Valores Mobiliários  (CVM).

 

No caso da Winetrader, a ideia é também atrair colecionadores que possuem rótulos raros como investimento. Para garantir que as garrafas que entram no e-commerce são verdadeiras, os vinhos disponibilizados na plataforma passam por vistoria. “Usamos fotos detalhadas dos vinhos para avaliação do estado da garrafa. Nosso critério de avaliação consiste em conferir que a garrafa entregue seja a mesma que foi anunciada. Em alguns casos, podemos visitar o cliente para conhecer os vinhos e auxiliar na venda”, explica o sócio Anderson Lellis Vieira. 

Atualmente, cerca de 500 rótulos raros estão disponíveis no site da Winetrader. Até o final do ano, a expectativa é ofertar mais de 3.000 rótulos finos.

 

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