Casual

“Devoção” por carros pode estar relacionada com agressividade no trânsito

Estudo realizado por universidade americana sugere que a personalidade e a ligação emocional com o carro estão relacionadas à hostilidade nas ruas

No desenho do Pateta, o pacato "Senhor Andante" se transforma no impaciente e nervoso "Senhor Volante", quando entra no carro. Na vida real, a situação é bem menos engraçada (Reprodução)

No desenho do Pateta, o pacato "Senhor Andante" se transforma no impaciente e nervoso "Senhor Volante", quando entra no carro. Na vida real, a situação é bem menos engraçada (Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2011 às 13h29.

São Paulo – Quando o carro deixa de ser visto como um mero meio de transporte e se torna uma extensão da personalidade do dono, a agressividade para com outros motoristas e o risco de acidentes de trânsito aumentam. Essa foi a principal conclusão de um estudo feito pela Fox School of Business, da Temple University, nos Estados Unidos.

A pesquisa foi divulgada recentemente pelo periódico Psychology and Marketing e tem como base dois levantamentos feitos em Israel. Em um deles, 134 homens e mulheres na faixa dos 23 anos responderam perguntas gerais sobre seus valores, personalidade e atitudes. O outro, baseado no primeiro, foi feito com 298 pessoas, que falaram sobre atração pelo risco, impulsividade, prazer em dirigir e pressa.

A partir dessas respostas, os pesquisadores perceberam que, quanto mais uma pessoa se identifica com seu carro e vê nele um reflexo de sua personalidade, maior é a tendência de ser agressivo enquanto dirige e de infringir as leis de trânsito. Esse comportamento também é mais forte em pessoas materialistas e com tendências a compulsividade.

Não é à toa que os seguros de carro são, em geral, mais caros para homens com menos de 25 anos. Segundo o estudo, jovens que ainda não têm sua identidade completamente formada tendem a ser mais hostis no volante, usado como artifício de autoafirmação. Além disso, eles costumam ser mais confiantes do que o recomendado e fazendo manobras muito arriscadas. 

A pesquisa acrescenta ainda que, ao verem os carros como extensão de si mesmos no trânsito, os mais agressivos encaram as ruas como um território a ser ocupado e controlado por eles, inclusive com o uso da força.

Essa atitude não está ligada diretamente ao modelo ou ao preço do carro. De acordo com outra pesquisa, realizada pela Colorado State University e publicada em 2008 pelo Journal of Applied Social Psychology, os motoristas mais agressivos são aqueles cujos carros possuem adesivos decorativos, independentemente da mensagem escrita neles.

A explicação, segundo os pesquisadores, está na intenção de marcar o território e, se for preciso, enfrentar quem ousar invadir seu espaço.

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaCarrosComportamentoVeículos

Mais de Casual

Os melhores vinhos brancos brasileiros, segundo guia internacional, para você provar no Carnaval

Seleção global dos melhores vinhos do mundo conta com destaque de um brasileiro

Dia Mundial do Pistache: 22 restaurantes em São Paulo para provar pratos com pistache

10 frases que você precisa aprender antes de ir para a Argentina