DIAGEO: 61% do consumo de bebida alcoólica no Brasil acontece em bares e restaurantes (Divulgação/Divulgação)
Guilherme Dearo
Publicado em 14 de maio de 2020 às 06h46.
Última atualização em 14 de maio de 2020 às 12h12.
Longe dos olhos dos consumidores em um cenário de bares e baladas fechadas, marcas de bebida têm investido em lives criativas para manter contato com o público e se destacar em meio à oferta frenética de conteúdos online nas semanas de quarentena.
Hoje (14), às 18h, a Ambev promove sua primeira live sobre o universo das cervejas. Com a mestre-cervejeira Laura Aguiar e a convidada Fernanda Meybom, Sommelière de Cervejas e Mestre em Estilos, Avaliação e Harmonização pelo Siebel Institute of Technology de Chicago, a empresa vai conversar com o público sobre diversidade de ingredientes, sabores e aromas.
A ideia é que os espectadores entendam mais sobre harmonização, estilos de cervejas e história da bebida, e possam aproveitar as lições nas refeições em casa. A marca apresentará conceitos com cervejas como Budweiser, Brahma Duplo Malte, Brahma Extra Weiss e Colorado Demoiselle. A transmissão acontece no Instagram da Ambev.
Também nessa quinta-feira, às 19h, a Diageo lança o Home Hour Popload Festival, live no estilo happy hour que vai misturar música, conversa e aula de drinks. A live acontece como parceria entre as marcas Johnnie Walker, Smirnoff e Tanqueray e a plataforma Popload, por trás do Festival Popload e outros shows e eventos. Hoje, nas redes sociais da Popload Music, o show é da cantora Duda Beat e a conversa é com o ator João Vicente de Castro, da trupe do Porta dos Fundos.
No dia 21 de maio, a live contará com as cantoras Letrux e Manu Gavassi. Já no dia 28 de maio, a música ficará por conta de Emicida e Tulipa Ruiz. Durante as apresentações, bartenders darão pequenas aulas de como preparar drinks em casa, com as mixologistas Adriana Pino, Jéssica Sanchez e Talita Simões.
A Diageo também anunciou, junto da live, a iniciativa de doar parte dos lucros de maio no e-commerce TheBar para um fundo de apoio a bartenders durante a quarentena. Além disso, ela irá oferecer cursos de capacitação remunerados para os profissionais a partir da sua plataforma Diageo Bar Academy, em um investimento que deve chegar a 500 mil reais.
Bebida na quarentena
Com restaurantes, bares e baladas fechadas, pessoas ao redor do mundo trocaram o consumo de bebidas alcoólicas na rua pelo conforto do lar. No Brasil, sites como Evino e Clube do Malte têm registrado crescimento em pedidos desde o início da quarentena, por exemplo. No Clube do Malte, as vendas cresceram 70% em abril e o número de clientes assinantes cresceu 56% entre o primeiro e o segundo bimestre. A Evino viu os pedidos crescerem 20% entre fevereiro e março em relação a 2019 e um aumento de 72% em novos clientes no período.
No mundo não é muito diferente, com países observando o fenômeno de pessoas “estocando bebidas” para o isolamento. Na Rússia, as vendas de vodca subiram 65% em março, segundo a consultoria GfK. Nos Estados Unidos, no início de abril as vendas de bebidas com entrega em domicílio cresceram 387% em relação a 2019, segundo levantamento da Nielsen.
A alta no delivery, contudo, não tem compensado a queda no faturamento geral das empresas de bebidas. A Ambev registrou queda de 9,1% no volume vendido no Brasil primeiro trimestre de 2020. A receita da companhia no Brasil também caiu 9,6%, para 6,5 bilhões de reais.
Segundo a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), entre 15 e 31 de março o mercado de cachaça, cerveja e vinhos teve queda de 52% no faturamento. Quarenta por cento das empresas do setor afirmaram que já sentiram retração em seus negócios. O período coincide com o fechamento dos estabelecimentos comerciais no Brasil. De acordo com a KPMG, 61% do consumo de bebida alcoólica no Brasil acontece em bares e restaurantes.