Ser ao invés de ter: gastos com experiências cresceram 5,4% em 2019; acima dos 2,5% gastos com bens de luxo (Divulgação/Divulgação)
Gabriel Aguiar
Publicado em 2 de junho de 2022 às 15h33.
Última atualização em 2 de junho de 2022 às 16h10.
Você provavelmente já viu uma casa flutuante, na Represa de Piracaia, em São Paulo, republicada por alguma celebridade ou influenciador nas redes sociais. E esse foi apenas o primeiro projeto da Altar, empresa que aposta em hospedagens de luxo em localidades “Instagramáveis” – e que tem Facundo Guerra entre os sócios, ao lado de Pedro Lira, Renata Bagnolesi e Rodrigo Martins.
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“Queremos chegar a 70 casas nos próximos quatro anos. Mais que aumentar o número de casas, queremos diversificar os locais nos quais elas estarão montadas. Nossa meta é ampliar no Brasil e também na América do Sul e Portugal”, afirma Lira, arquiteto e urbanista responsável por definir implantação de empreendimentos. Atualmente, há quatro casas e mais duas programadas.
Inspiradas no movimento tiny house – que prega consumo consciente e vida próxima à natureza –, surgiram duas hospedagens em Joanópolis (SP), inclusive uma opção com acesso a praia privativa; além de uma casa no Vale do Ribeira, no interior paulista, com a maior reserva de Mata Atlântica brasileira. Nos próximos dois meses, virão uma estrutura sobre rodas e uma casa da árvore.
“Nosso formato permite experimentações, ousadia. Se a demanda em determinado local está em alta, poderemos escalar rapidamente o número de unidades. E o mesmo acontece se a demanda estiver abaixo do previsto: basta colocar a casa na carreta e mover para outro lugar”, diz Martins, que cita essa estratégia como principal diferencial em relação ao investimento em hotelaria.
Todas as casas são fabricadas no Brasil, com estrutura modular, e preços que variam dos 300 mil reais (para o modelo na árvore) até 800 mil reais para as casas flutuantes. De acordo com a Altar, são necessários cerca de 90 dias para construção e as hospedagens já são levadas prontas para o destino. Entre os diferenciais, todas apostam em áreas envidraçadas e em bom acabamento.
“É o verdadeiro ganha-ganha. Para quem já tem uma propriedade com potencial turístico, basta disponibilizar um pedacinho de terra para colocarmos um Altar. E ele passa a ter participação de lucros sem qualquer tipo de gestão. É uma forma de amortizar seus custos sem risco algum”, diz Rodrigo Martins, que também é co-fundador da Nuts, dedicada a experiências corporativas.
Ainda neste ano, a Altar terá uma plataforma proprietária de venda direta e, além da reserva das noites, será possível integrar passeios e experiências da região. Atualmente, todas as reservas são feitas por atendimento próprio direto (Instagram e WhatsApp) ou por plataformas como Airbnb, Holmy e Booking. E, no futuro, outra aposta da empresa será na comercialização das casas.