Cena do filme Dumbo: filme foi dirigido por Tim Burton, o mesmo de "Edward Mãos de Tesoura" (Foto/Divulgação)
Marília Almeida
Publicado em 3 de abril de 2019 às 09h05.
"Dumbo", um remake do clássico da Walt Disney Co. de 1941 e que foi filmado em câmera, em vez de ser um desenho animado, chegou aos cinemas mundiais. E muitos críticos já declararam que o filme é sonolento.
O jornal The Globe and Mail destruiu o roteiro e as atuações na produção, que é sobre um elefante adorável cujas orelhas enormes permitem que ele voe. É "ostentação e exagero", disse a revista Time. "Doloroso", disse The Guardian. No geral, apenas 54 por cento dos críticos recomendam o filme, de acordo como site Rotten Tomatoes.
Os comentários sugerem que refazer filmes de animação clássicos usando atores reais e personagens gerados por computador está longe de ser uma garantia. Alguns conseguiram se sair bem, como "A Bela e a Fera", de 2017, que arrecadou US$ 1,26 bilhão em todo o mundo. "Christopher Robin" trouxe decepcionantes US$ 198 milhões no ano passado. Mais três produções estão previstas para breve: “Aladdin” em maio, “O Rei Leão” em julho e “Mulan” em março de 2020.
A Disney não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.
A Box Office Pro, uma empresa de pesquisas, baixou sua previsão de arrecadação no fim de semana de estreia de Dumbo de US$ 60 milhões para US$ 50 milhões, e agora vê a arrecadação total do filme durante a temporada no mercado americano chegando a US$ 150 milhões, abaixo dos US$ 179 milhões previstos inicialmente. Isso coloca o filme na faixa mínima de receita para filmes da mesma categoria, que rotineiramente custam US$ 100 milhões ou mais, além de dezenas de milhões mais para serem promovidos e distribuídos.
Nem todos os críticos viram “Dumbo” negativamente. O filme foi dirigido por Tim Burton, o mesmo de "Edward Mãos de Tesoura". As publicações Atlantic e Vulture elogiaram a visão do diretor para o filme, particularmente as cenas de voo.
Burton é visto como responsável em parte por inspirar alguns recentes remakes da Disney. Seu “Alice no País das Maravilhas” de 2010, uma releitura do clássico de 1951, arrecadou mais de US$ 1 bilhão em todo o mundo.
Há muitas razões para a Disney persistir na estratégia de remake, além do desempenho de bilheteria. A gigante de entretenimento, com sede em Burbank, na Califórnia, precisa manter personagens como Cinderela e Branca de Neve vivas nas mente das crianças por causa da presença que têm nos parques temáticos e nas vendas de produtos pela empresa.