Cristiano Ronaldo: Cristiano começou no futebol profissional com 17 anos (ALEXANDRE BATTIBUGLI)
Da Redação
Publicado em 13 de janeiro de 2014 às 20h16.
Madri - Cristiano Ronaldo viu premiada nesta segunda-feira com a conquista de sua segunda Bola de Ouro sua contínua progressão, a de um jogador insaciável que alcançou um novo recorde pessoal de gols em 2013 e é líder do Real Madrid e referência da seleção portuguesa.
Considerado junto ao recentemente falecido Eusébio da Silva Ferreira como o jogador mais importante da história de Portugal, Cristiano Ronaldo não parece ter limites no Real Madrid, no qual aterrissou após ganhar tudo com o Manchester United.
Nascido na ilha da Madeira em 5 de fevereiro de 1985 em um entorno muito humilde, a vida de Cristiano é a de uma criança nascida para triunfar no mundo do futebol, com condições inatas.
Mas é um jogador que construiu a si mesmo com seu profissionalismo e paixão pelo treino. Nada nunca é suficiente para Ronaldo, um exemplo para todos seus companheiros na entrega diária em cada atividade e no trabalho extra que realiza somado a uma alimentação regrada e horas vitais de descanso.
Cristiano começou no futebol profissional com 17 anos. Seu talento no Nacional não passou despercebido para o Sporting, que o contratou após superar uma exigente peneira de três dias. Era o primeiro desafio superado de uma longa lista que ele mesmo marca. Insaciável, sempre quer mais.
O craque se mudou à capital portuguesa para começar a escrever sua história ainda jovem, assessorado por tutores que lhe orientavam em seus estudos, psicólogos que ajudavam-no em sua etapa de adolescência e médicos que vigiavam seu crescimento físico.
Em outubro de 2001, sem ser ainda maior de idade, foi titular pela primeira vez na Superliga portuguesa causando uma grande sensação. Era sua primeira temporada na elite e já saboreava o êxito. Foi campeão do Campeonato Português na temporada 2001-2002.
De referência do Sporting, berço de Luis Figo e de João Pinto, foi contratado pelo Manchester United, uma operação com a qual muito teve a ver o irlandês Roy Keane, então capitão do time inglês. Equipes como a Juventus lhe desejavam, mas seu destino foi a Inglaterra, onde Sir Alex Ferguson se transformou em seu pai esportivo.
Fascinado por sua velocidade na inauguração do estádio José Alvalade para a Eurocopa de 2004, Ferguson deu a ordem de contratar esse jovem jogador que se destacava de todos seus rivais. Por 17,5 milhões de euros o Manchester United encontrou o substituto de David Beckham.
Em sua estreia marcou três gols perante o Bolton e não demorou a vestir a camisa da seleção portuguesa. Os gols de Cristiano levaram os portugueses à final da Eurocopa de 2004, na qual, junto com Wayne Rooney, foi uma das grandes estrelas do torneio. A derrota na final perante a Grécia lhe deixou um espinho que ainda tem cravado por culpa da Espanha, seu carrasco nos últimos grandes campeonatos.
Instalado na elite, os méritos de Cristiano lhe deram vários títulos de equipe e individuais. Aos reconhecimentos de sua adolescência - jogador do ano e jogador jovem do ano concedidos pela Associação de Jogadores Profissionais (PFA) e associação de jornalistas esportivos no Reino Unido -, foi acrescentando três troféus do Campeonato Inglês, duas Taças da Liga, uma Copa, uma Community Shield, uma Liga dos Campeões e um Mundial de Clubes.
Após sua etapa bem-sucedida em Manchester, Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, assinou sua contratação. Um novo "galático" que superava em expectativa os míticos Ronaldo, Luis Figo e o próprio Beckham. O Santiago Bernabéu se encheu para a apresentação da contratação mais cara da história do futebol (94 milhões de euro) e desde então desfruta de um jogador sempre faminto que dá tudo por sua equipe.
Devorador de recordes é o jogador do Real que menos partidas necessitou, 92, para alcançar a centena de gols no Campeonato Espanhol, o primeiro jogador na história da Liga que conseguiu marcar em todas as equipes que enfrentou em uma temporada ou o único que marcou em seis clássicos consecutivos em Barcelona.
Seus números nunca deixaram de crescer. De seus 33 gols em 35 jogos de sua primeira campanha, passou a 53 em 54 em seu segundo ano, 60 em 55 na terceira e os que lhe acabam dando sua segunda Bola de Ouro: 69 gols distribuídos entre 33 jogos no Espanhol, 11 na Liga dos Campeões, seis na Copa do Rei e nove com a seleção de Portugal.
Sua dedicação foi crescendo até que encontrou o que tanto buscava. O apoio total do clube, técnicos e companheiros. Um cântico de uma torcida rendida a seus gols e liderança. O habitat perfeito para seguir batendo recordes. O insaciável Cristiano já quer mais.