Artistas são vistos durante apresentação da Companhia de Balé do Teatro Bolshoi, em Londres: o dançarino Pavel Dmitrichenko e dois supostos cúmplices estão na prisão aguardando julgamento, e a investigação continua. (Gareth Cattermole/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 12 de abril de 2013 às 15h46.
Moscou - Um tribunal de Moscou anulou uma das duas reprimendas dadas pelo Teatro Bolshoi a um bailarino principal, após o artista ter acusado a instituição de usar o ataque com ácido contra o seu diretor artístico como pretexto para uma "caça às bruxas" contra ele.
O ataque noturno que quase cegou Sergei Filin em 17 de janeiro expôs uma efervescência de rivalidades no Bolshoi, talvez o mais conhecido símbolo cultural da Rússia.
O dançarino Pavel Dmitrichenko e dois supostos cúmplices estão na prisão aguardando julgamento, e a investigação continua.
Mas imediatamente depois do ataque, os holofotes recaíram sobre Nikolai Tsiskaridze, 39 anos, natural da Geórgia, um dos dançarinos principais e professor que está no Bolshoi desde 1992 e que entrou em confronto com a liderança do teatro.
O diretor do Bolshoi, Anatoly Iksanov, foi citado como tendo dito em fevereiro que ele via o ataque a Filin como "um resultado lógico dos excessos criados acima de tudo por ... Tsiskaridze" e acusando o dançarino de "difamação". Ele e muitos artistas disseram suspeitar de uma ampla conspiração.
"Como eu poderia estar ligado a um crime em que não tomei nenhuma parte", disse Tsiskaridze em tribunal nesta sexta-feira.
"Eu tenho um álibi de ferro, já que na mesma hora eu estava (em apresentação) na frente de milhares de pessoas".
O teatro apresentou duas reprimendas contra Tsiskaridze por ter dado entrevistas não autorizadas na sequência do ataque. Em uma das entrevistas, ele disse que não tinha nada a ver com o ataque, e o tribunal anulou a reprimenda para esse caso. Na outra entrevista, ele acusou a gestão de conduzir uma campanha pública para desacreditá-lo, e o tribunal deixou a reprimenda em vigor nesse segundo caso.
Reprimendas múltiplas podem ser motivo para demissão sob a lei trabalhista russa. Tsiskaridze disse que iria recorrer da decisão.