Rabbit, escultura de Jeff Koons (Jeff Koons/Divulgação)
Guilherme Dearo
Publicado em 29 de maio de 2019 às 08h00.
Última atualização em 29 de maio de 2019 às 08h00.
Qualquer obra de arte contemporânea está sujeita tanto a ser taxada de infantil, fácil de fazer e descartável quanto de exuberante, singular e genial. Criada em 1986 pelo artista americano Jeff Koons, a escultura “Rabbit” já foi chamada de tudo isso. Só não dá mais para chamá-la de irrelevante.
No dia 15 de maio, a peça - ou melhor a de número 2 de uma série de três - foi arrematada num leilão promovido pela Christie’s, em Nova York, por US$ 91 milhões. A expectativa da casa de leilões era bater o martelo em um valor estimado entre US$ 50 milhões e US$ 70 milhões. O nome do comprador não foi divulgado e a peça virou a mais cara de um artista vivo adquirida em um leilão.
Com menos de 1 metro de altura, a escultura de aço inoxidável foi exibida pela primeira vez na galeria da marchand Ileana Sonnabend, em Nova York, em 1988. Declarou à época a crítica de arte do “New York Times”: “Em aço inoxidável, (o coelho) é uma deslumbrante atualização das formas perfeitas de Brancusi (escultor cubista), mesmo transformando a lebre em um invasor espacial de origem desconhecida”.
Alçada a ícone pop assim como as latas de sopa Campbell de Andy Warhol, a criação de Koons virou capa de livros, revistas e catálogos. Uma versão gigantesca e inflável da obra foi vista no desfile do dia de Ação de Graças da rede Macy’s em 2007.
Afirmou a Christie’s no catálogo criado para o leilão da peça: “O coelho nos diz que a vida é boa, que todos os gostos são aceitáveis, que devemos nos unir. Brilhando como um luxuoso ídolo futurista, é um espelho não para príncipes, mas para o público, refletindo-nos, incorporando-nos ao drama sempre em mudança que se desenrola em sua superfície. Estamos todos abraçados por este totem”.