Mercado de anéis de luxo: consumidores querem produtos éticos (Breakfast At Tiffany's/Reprodução)
Guilherme Dearo
Publicado em 22 de fevereiro de 2020 às 07h00.
Última atualização em 22 de fevereiro de 2020 às 07h00.
Quando Krish Himmatramka trabalhava como engenheiro na indústria do petróleo, passava o tempo livre em seu trailer no norte da Louisiana vasculhando a Internet em busca do anel de noivado perfeito para a namorada. Mas teve dificuldade em encontrar um que fosse fabricado de forma ética e sustentável.
Depois de pesquisar a indústria de joias, ele decidiu deixar o emprego e lançar a marca Do Amore, que significa “dou com amor” em latim. O anel da namorada - estruturado com ouro rosa reciclado e um diamante oval do Botsuana - foi um dos primeiros criados pela Do Amore.
Os anéis de Himmatramka têm preço médio de cerca de US$ 3 mil e podem ser feitos com diamantes naturais ou de laboratório, como a moissanita, uma alternativa na família de cristais. Mas o que realmente diferencia os anéis, diz, é que o produto da compra de cada um contribui para o fornecimento de água a uma região carente. A empresa concedeu a quase 8.900 pessoas acesso a água potável através de 25 poços construídos em Bangladesh, Etiópia, Haiti, Índia e Nepal.
Consumidores que exigem que seus diamantes não sejam provenientes de regiões em conflito ou sejam eticamente extraídos e vendidos não são novidade. Mas marcas como Do Amore, Vrai, Brilliant Earth e Clean Origin sentem que precisam ir além, divulgando as emissões mínimas de carbono e o uso de ouro e platina reciclados para atrair millennials e clientes da geração Z, que se preocupam com o combate às mudanças climáticas.
Três quartos dos millennials dizem que alterariam seus hábitos de compra por causa de preocupações ambientais, de acordo com relatório da Jefferies Financial, enquanto 34% dos baby boomers fariam o mesmo. Mas os millenials e a geração Z responderão por 80% do crescimento da indústria de luxo nos próximos anos - e as empresas estão respondendo.