Quadro grave de ansiedade pode causar problemas no sono, como insônia (Stock Xchng / Vinícius Sgarbe)
Da Redação
Publicado em 9 de junho de 2014 às 16h52.
São Paulo – Ficar nervoso antes de uma apresentação ou de uma entrevista de emprego é uma sensação que grande parte das pessoas já experimentou ao longo da vida. Mas um sinal de alerta soa para a saúde quando o sentimento de ameaça passa a ser rotina, sem uma razão específica.
A partir desse ponto, quase sempre de identificação nebulosa, pode-se falar em transtorno de ansiedade, expressão cada vez mais comum atualmente. Esse problema, que impacta tanto a condição física quanto emocional das pessoas, atinge 18% da população dos Estados Unidos por ano.
No Brasil, o caso também é comum. Entre 2007 e 2010, os remédios ansiolíticos, que tratam de ansiedade e insônia, foram os medicamentos de uso controlado mais consumidos, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Em 2010, por exemplo, foram vendidas aproximadamente 10 milhões de caixas de Clonazepam, droga mais “popular” do mercado. Apesar de não haver uma regra para toda e qualquer pessoa, há alguns sintomas comuns que indicam que a ansiedade deixou de ser apenas uma ocasião pontual para virar doença.
“Em seus quadros mais graves, a ansiedade leva a problemas no sono (insônia), dificuldades de memória, dores no corpo diversas e dispersas, taquicardia, enxaquecas, diarreias ou prisão de ventre, alergias, dermatites e muitos outros”, afirma a psicóloga Márcia Merquior, do Vita Check-Up Center.
Segundo ela, a pessoa que apresenta esse quadro pode também se mostrar irritadiça, temerosa, impaciente e “como se estivesse por um fio diante de um abismo”, o que pode culminar na Síndrome do Pânico, fobias e inibições.
Essas reações acabam por prejudicar várias áreas da vida, como o trabalho, família e relacionamentos em geral. Os sinais também englobam agitação psicomotora, pensamento agitado e até tendência depressiva ao isolamento, de acordo com a psicóloga.
O que fazer diante disso? Em uma crise pontual, a orientação de Márcia é respirar e meditar, sem se deixar levar pela aflição. No entanto, o processo não se limita a isso. O autoconhecimento, que pode ser alcançado em terapia, é essencial para controlar o desespero.
O equilíbrio também pode ser obtido por meio de exercícios, alongamentos diários, controle da agressividade, hobbies, atividades sem excessos e sem pressa. Se nada disso der certo, o melhor a fazer é buscar a ajuda de um neuropsiquiatra ou psiquiatra, que poderão avaliar a necessidade de adotar medicação.