Boêmia carioca tem opções para diferentes públicos (Bar Urca/Divulgação)
Gabriel Aguiar
Publicado em 23 de setembro de 2022 às 06h00.
Já sabe quais são os 100 Melhores Bares do Brasil eleitos por críticos e influenciadores especializados – e divulgado na CASUAL Exame? Mas é claro que existem representantes desse seleto grupo no Rio de Janeiro, que vão desde os clássicos botecos até expoentes da alta coquetelaria. Confira a seguir a seleção das melhores pedidas cariocas!
VEJA TAMBÉM
Quem comanda o balcão do Nosso, um dos mais charmosos do Rio de Janeiro, é Daniel Estevan, vencedor da edição deste ano da Campari Bartender Competition. O barman expede drinques com ingredientes inusitados e nomes engraçadinhos, a exemplo do Surf’n Turf Fashioned, que leva bourbon infusionado com bacon, maple syrup, bitter e molho tailandês de peixe (52 reais). Já o Negroni Caccio & Pepe junta gim infusionado com pimenta-do-reino, vermute rosso e bitter com infusão de queijo grana padano (48 reais). Outro hit, o Panzanella Sour mescla bourbon, manjericão, suco de tomate, calda de sourdough e limão-siciliano (46 reais).
Na ativa desde 2017, o Nosso honra a alcunha de gastrobar como poucos estabelecimentos. Assinado pelo chef Bruno Katz, o cardápio lista entradinhas sofisticadas, como katsu sando (51 reais) e steak tartare, com minialcaparras, aioli de missô, bottarga e arroz selvagem frito (63 reais). O abre alas que a clientela mais pede é o ovo mollet, com musseline de batata baroa, crumble de grana padano e espuma de cogumelos e azeite trufado (48 reais). E ainda há pratos propriamente ditos, a exemplo do nhoque de batata baroa com ragu de paleta de cordeiro (94 reais).
Rua Maria Quitéria, 91, Ipanema, Rio de Janeiro
@nossoipanema
Se um dos programas prediletos dos cariocas no pós-praia é devorar um galeto assado na brasa — guarnecido de farofa de ovo, batata frita e arroz —, a culpa, em parte, é do Galeto Sat’s. Em funcionamento desde 1962, o braseiro cobra 72 reais pelo prato, um hit também na alta madrugada — tanto a matriz, em Copacabana, quanto a filial, em Botafogo, viraram destinos seguros para quem quer esticar a noitada ao máximo.
Sem luxo algum, como convém aos tradicionais botequins do Rio de Janeiro, virou ponto de encontro de músicos, atores e demais profissionais da classe artística, além de chefs e bartenders. Não à toa, acaba de ganhar o título de Patrimônio Cultural Carioca, por decreto do prefeito Eduardo Paes, que tem um fraco por estabelecimentos do tipo.
A estrela da casa é a churrasqueira, a carvão mesmo, de onde saem os galetos e também corações assados corretamente (40 reais), picanha fatiada (68 reais), filé mignon (68 reais) e outras pedidas do gênero. A clientela costuma se hidratar, principalmente, com o chope Brahma (7,80 reais), que sai como água, e com as caipirinhas, a exemplo da que combina caju e limão (22 reais). As cachaças foram garimpadas Brasil afora por Sérgio e Elaine Rabello, o casal de proprietários.
Rua Barata Ribeiro, 7, Copacabana, Rio de Janeiro
@galetosats
Típico boteco com chope gelado e petiscos tradicionais – como empadinhas, bolinhos e provolone à milanesa. Mas não se deixe enganar: o Velho Adonis também é endereço para fartura no prato, com receitas ibéricas (a exemplo do arroz de polvo e do bacalhau em lascas com azeitonas). Com mais de 70 anos de história, o jeitão raiz tem paredes de azulejo até prateleiras de bebidas.
Rua São Luiz Gonzaga, 2156, Benfica, Rio de Janeiro
@velhoadonis
Esqueça qualquer clichê carioca: esse bar deixa de lado qualquer tropicalidade e está mais para um pub irlandês. Já a carta de drinks presta homenagem a diferentes nacionalidades, desde o inusitado Cuban Ale (43 reais), com blend de rum, redução de cervejas pretas, camaru, nibs de cacau e bitters de chocolate, até o “marroquino” Casablanca (37 reais). Claro, também há clássicos.
Rua Dias Ferreira, 679, Leblon, Rio de Janeiro
@lizcocktails
Quem vê o Chanchada por até pensar que esse “boteco” é daqueles que resistiram às décadas. Mas esse empreendimento, na verdade, abriu no início deste ano – e quatro anos de planejamento antes de sair do papel. Para combinar com esse jeitão saudosista, há desde chope gelado (8,90 reais) até porção de torresmo (29 reais), além de batidas como maracujá com rapadura (14 reais).
Rua General Polidoro, 164, Botafogo, Rio de Janeiro
@chanchadabar
Foi pouco antes da pandemia, em fevereiro de 2020, que Lucio Vieira e Mateus Siqueira – também à frente Lilia, considerado entre os 100 Melhores Restaurantes do Brasil por CASUAL Exame – abriram o bar de proposta informal e aparência de botequim dos anos 1990. Todos os dias há almoço servido no balcão, cerveja, porções e drinks sem frescura para atrair desde jovens a artistas.
Avenida Gomes Freire, 256, Centro, Rio de Janeiro
@labuta_bar
Foram mais de seis décadas de história e clientes ilustres, como o músico Tom Jobim, que fizeram do Bracarense uma instituição carioca e, há pouco menos de um ano, reconhecido como patrimônio da cidade pela própria prefeitura. Tanto é que o boteco ficou conhecido pelo chope gelado, servido nos tradicionais copos tulipa, e pelos bolinhos de bacalhau (34 reais com quatro unidades).
Rua José Linhares, 85, Leblon, Rio de Janeiro
@bar_bracarense
Em apenas dois anos (e no meio da pandemia), o Boteco Rainha conquistou reconhecimento entre os 100 Melhores Bares do Brasil e até abriu uma filial em São Paulo. E qual é o segredo? Inspiração em estabelecimentos portugueses, na decoração e no cardápio, com azulejos tradicionais e porção de sardinha para acompanhar drinks tradicionais – como Maria Mole – e chope.
Rua Dias Ferreira, 247 – Leblon, Rio de Janeiro
Rua Pedroso Alvarenga 1173, Itaim Bibi, São Paulo
@boteco_rainha
Não há chances de errar ao combinar cerveja, petiscos e rodas de samba em plena região central do Rio de Janeiro. São justamente esses os pilares do Bafo da Prainha, que ganhou nome inspirado pelo próprio endereço. De uma churrasqueira de tambor de latão saem preciosidades como o tradicional cupim de colher. E, para honrar a boêmia, nada mais justo que mesas na própria rua.
Largo de São Francisco da Prainha, 15, Saúde, Rio de Janeiro
@bafodaprainha
Frequentar o Adega Pérola é como viajar no tempo – mais precisamente para 1957, quando o bar foi inaugurado em Copacabana: o balcão toma destaque com os diferentes petiscos à mostra, bem em frente às mesas, enquanto cartazes amarelos espalhados pelas paredes indicam especialidades da casa. Para beber, há chope (9 reais), cerveja de garrafa, doses e caipirinhas (26 reais).
Rua Siqueira Campos, 138, Copacabana, Rio de Janeiro
@adegaperola
É no mesmo galpão com estilo industrial que funcionam diferentes espaços: um brewpub com seis tipos de chope que variam de tempos em tempos; três bares de coquetelaria e uma casa de show (que já recebeu nomes como Maria Bethânia e Adriana Calcanhoto). E, não bastasse isso, o espaço de Cello Camolese ainda tem vista privilegiada para o Jockey Clube do Rio de Janeiro.
Rua Jardim Botânico, 983, Jardim Botânico, Rio de Janeiro
@casacamolese
Para o casal (e sócios) Frederico Vian e Zu Moraes, o Vian não somente um local de passagem. E, por isso, a coquetelaria tomou rumo diferente: boa parte das receitas autorais são feitas especialmente para os clientes, com base no gosto individual. Mas é claro que também há clássicos como Fitzgerald (36 reais), assim como comidinhas caprichadas, a exemplo do steak tartar (59 reais).
Rua Paul Redfern, 32, Ipanema, Rio de Janeiro
@vianipanema
Não é coincidência que o Stuzzi se considere um gastrobar: do balcão, saem criações do mixologistas Lelo Forti e Alex Miranda, como o autoral Di Angelo (36 reais), que tem gim, suco de limão, gengibre e soda artesanal de capim limão; da cozinha, o chef nova-iorquino Sei Shiroma libera receitas como o Stuzzi Style Sashimi (53 reais), que são lâminas de atum com creme de burrata e nirá.
Rua Dias Ferreira, 45, Leblon, Rio de Janeiro
@stuzzi_gastrobar
As telas nas paredes, o telhado aparente e a curtição na calçada setam o mood despretensioso que fez do Quartinho uma das esquinas favoritas de Botafogo. No menu, destaque para o Gabriela Não Voltou (com gin larios infusionado com mate e tangerina, jim beam fire, água de mel, gengibre e suco de limão siciliano com bolha de fumaça de cravo e canela, por 38 reais) e para as comidinhas gostosas de compartilhar, como as coxinhas signature (por 28 reais, servidas com sweetchilli).
Rua Arnaldo Quintela, 124, Botafogo, Rio de Janeiro
@quartinhobar
Levou apenas um ano para este gastrobar inspirado nos balneários italianos ganhar o título de “premiado”. Talvez seja pelo aroma mediterrâneo que vem da cozinha, talvez pelo ambiente, tão convidativo quanto a sala de uma casa com boa música de fundo, ou pela fina carta de drinks, com achados como o A Campesina (com grappa, suco de pêssego, infusão de damascos secos com especiarias, bourbon, Ramazzotti e leite de cabra clarificado, por 40 reais). Papeando entre um trago e outro, dá até vontade de dançar!
Rua Joana Angélica, 47, Ipanema, Rio de Janeiro
@popeipanema
Copacabana é cheia de esquinas tradicionais, mas nenhuma delas é tão saborosa quanto a do Pavão Azul, que desde 1957 oferece uma das melhores comidas de boteco do Rio de Janeiro. O vasto cardápio inclui petiscos variados, refeições e hambúrgueres, mas não vale sair de lá sem provar o feijão preto e a premiada patanisca (30 reais), um tipo de bolinho de bacalhau que vai bem com os chopps artesanais e com a cerveja, que sempre vem trincando de gelada.
Rua Hilário de Gouvêia, 71, Copacabana, Rio de Janeiro
@pavaoazuloficial
https://www.instagram.com/p/ChLKVDbuUhn
Tão carioca quanto cosmopolita, este gastrobar oferece uma criativa carta de drinks guiada pela sensorialidade e pelo regionalismo (o menu sempre indica as notas de sabor, intensidade e percepção alcóolica, e os preços vão de 26 a 44 reais). Mas ir só para beber é quase um pecado: os petiscos e belisquetes cheios de referências africanas da chef Andressa Cabral são, também, uma parada obrigatória do cardápio. Destaque para o bolinho de risoto de açafrão (24 reais).
Rua Capitão Salomão, 69, Humaitá, Rio de Janeiro
@mezabar
Patrimônio cultural carioca e um dos precursores do baixo Leblon, o Jobi é uma pérola dos anos 50 que ajuda a contar a história desse Rio de Janeiro que quase já não existe mais, quando diferentes públicos se misturavam no baixo Leblon para comer porções de bolinho de bacalhau (51 reais), risole de camarão com catupiry (45 reais) e o tradicional bacalhau à lagareira (a partir de 135 reais) - sempre acompanhados de um bom chopp geladinho (10,90 reais).
Avenida Ataulfo de Paiva 1166, Leblon, Rio de Janeiro
@bar_jobi
Quando este clássico carioca abriu as portas, em 1945, seu mais ilustre vizinho, o Maracanã, ainda estava em obras. Tanto tempo de praça fez a fama do torresmo da casa (16 reais a barra), do pernil com maionese (35 reais) e da super autêntica feijoada (42 reais). A cerveja é sempre geladíssima, mas em nome da tradição, vale provar o chá de macaco (que leva conhaque de alcatrão, mel e limão, por 32 reais). Aos fins de semana pode levar um tempo para se conseguir uma mesa.
Rua General Canabarro, 218, Maracanã, Rio de Janeiro
@bardobodecheiroso
Patrimônio Cultural Carioca, o Bar Urca foi fundado em 1939 e está desde 72 sob o comando da mesma família, que serve pasteiszinhos, empadinhas e outros petiscos (entre 8 e 10 reais) sempre acompanhados de cervejas extremamente geladas. Em agosto de 2022, inclusive, a casa lançou seu rótulo próprio de cerveja, uma lager fabricada pela cervejaria artesanal carioca Hocus Pocus (16 reais a garrafa).
Rua Cândido Gaffrée, 205, Urca, Rio de Janeiro
@barurca
Em uma simpática rua entre a Tijuca e o Estácio, o Madrid é um reduto da boemia carioca com toques da cultura espanhola — e a preços muito mais justos que na Zona Sul, como os bolinhos e pastéis variados (entre 4 e 6 reais) e a Porpeta Ruan Carlos (27 reais). Uma vez por mês, sempre nas tardes de dias úteis, o professor de história Luiz Antonio Simas faz do bar uma sala de aula sobre a cultura carioca.
Rua Almirante Gavião, 11, Tijuca, Rio de Janeiro
@barmadrid
Júri: Alessandra Carneiro (Agenda Carioca); André Bezerra (empreendedor); André Clemente (Prazeres da Mesa); Andrea D’Egmont (jornalista); Carolina Daher (revista Encontro); Caroline Grimm (@carolinegrimm); Cecilia Padilha (@yeswecook); Celina Aquino (Estado de Minas); Cesar Adames (jornalista); Daniel Salles (jornalista); Daniela Filomeno (CNN Viagem & Gastronomia); Danielle Dalla Valle Machado (Bom Gourmet); Diogo Carvalho (Destemperados); Edi Souza (Folha de Pernambuco); Fabio Wright (Taste & Fly); Felipe Almeida (@almeida1984); Fernanda Meneguetti (jornalista); Flavia Schiochet (jornalista); Gabriel Aguiar (EXAME); Gabrielli Menezes (Nossa/Uol); Giba Amendola (O Estado de S.Paulo); Isadora Bello Fornari (Prazeres da Mesa); Ismaelino Pinto (O Liberal); Ivan Padilla (EXAME); João Grinspum Ferraz (Casa do Carbonara); Jorge Lucki (Valor Econômico); Juliana Andrade (@viver_para_comer); Junior Ferraro (Azul); Jussara Voss (Gazeta do Povo); Kelly Lobos (Burger Fest); Kike Martins (revista 29horas); Larissa Januário (Sabor & Arte); Lela Zaniol (Destemperados); Liana Sabo (Correio Braziliense); Linda Bezerra (jornal Correio); Lorena Martins (O Tempo); Lucas Amorim (EXAME); Luciana Barbo (Metrópoles); Luiza Fecarotta (jornalista); Marcel Miwa (Gula); Marcella Sobral (jornalista); Marcelo Cury (@curym); Marcelo Katsuki (Folha de S.Paulo); Marcelo Sant’Iago (Top Cocktails); Marcos Nogueira (Folha de S.Paulo); Maria Eduarda Vétere (You Must Go); Mariah Luz (@oquefazercuritiba); Mauricio Maia (O Estado de S.Paulo); Michel Berndt (@Mix-O-Logic); Patricia Ferraz (rádio Eldorado); Pedro Mello e Souza (O Globo); Renata Araújo (You Must Go); Renata Mesquita (O Estado de S.Paulo); Renato Brasil (O Povo); Ricardo Castilho (Prazeres da Mesa); Roberto Hirth (@robertohirth); Rosa Moraes (The World’s 50 Best Restaurants); Saulo Yassuda (Veja SP); Sergio Crusco (jornalista); Suzana Barelli (O Estado de S.Paulo); Vanessa Lins (Folha de Pernambuco).