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Conheça o sotol, "primo" da tequila que é promessa da indústria para 2023

Bebida mexicana é apontada pela WGSN, uma das principais consultorias de tendências, como principal destaque e já tem bares dedicados até no Japão

Sotol é parente próximo do mescal e da tequila, mas tem características próprias (Oleh Diachenko/Getty Images)

Sotol é parente próximo do mescal e da tequila, mas tem características próprias (Oleh Diachenko/Getty Images)

GA

Gabriel Aguiar

Publicado em 3 de janeiro de 2023 às 18h29.

Última atualização em 3 de janeiro de 2023 às 19h01.

Talvez a palavra sotol não signifique nada para você — por enquanto —, só que essa iguaria mexicana é a maior promessa da indústria de bebidas alcóolicas em 2023. Pelo menos é o que afirma a WGSN, consultoria especializada em reconhecer tendências. Mas o sucesso não será obra do acaso e surgiu do interesse dos consumidores por outros destilados, como o mescal e a própria tequila.

Produzido com diferentes espécies da planta Dasylirion (que é da mesma família da agave), o sotol é comum às regiões do norte do México, como Chihuahua, Durango e Coahuila, mas também pode ser elaborado no sul dos Estados Unidos, no Novo México e no Texas. E ainda que a origem remonte aos povos indígenas, o processo de destilação que dá origem à bebida remete aos espanhóis.

Para quem já está acostumado à tequila, a boa notícia é que o sotol também é oferecido em diversas versões, como silver, reposado, añejo e extra añejo, dependendo do processo de envelhecimento e o tipo de barril escolhido. Por outro lado, diferentemente da “parente” mundialmente famosa, o sotol ainda é produzido artesanalmente, o que garante características diferentes ao destilado.

Planta que serve de base ao destilado é nativa do deserto de Chihuahua (Different Brian/Getty Images)

Com grandes influências do terroir, o sotol também reflete a região na qual é feito: rótulos derivados de plantas cultivadas próximas às florestas costumam ter sabores e aromas que remetem a pinheiro, pastagens e ervas, enquanto as bebidas do deserto trazem influências mais minerais, com notas que lembram couro e terra. Também há opções infusionadas vendidas como espécie de licor.

Curiosamente, há cerca de 100 anos os produtores de sotol foram perseguidos pelo próprio governo mexicano — que apoiava a indústria da tequila — e parte das destilarias foi destruída. E foi apenas em 1990 que as licenças para produção da bebida voltaram a ser emitidas, enquanto a denominação de origem e a regulação da receita foram implementadas oficialmente em setembro de 2002.

Nos últimos anos, o sotol conquistou novos públicos e garantiu presença internacional, como no bar PTN, em Osaka, no Japão, que ganhou uma coleção dos principais rótulos. Outro exemplo é o Desert Door Distillery, no estado americano do Texas, que produz a própria bebida e também oferece passeios guiados para visitantes da destilaria, salas de degustação e receitas de drinques.

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