Vinhos: o consumo aumentou 72% durante a quarentena. (Pixabay/Reprodução)
Matheus Doliveira
Publicado em 21 de janeiro de 2021 às 15h21.
Última atualização em 21 de janeiro de 2021 às 15h25.
É domingo, o jantar está na mesa, mas faltou um bom vinho. O delivery até que parece uma opção razoável, mas vai demorar. O mercado mais próximo? Não. Não é tão próximo assim. Para a Startup curitibana Market4u, resolver essa equação é simples: caminhe até a adega compartilhada do condomínio, escolha uma das dezenas de garrafas disponíveis e pague tudo via app.
Batizada de Wine4u, as adegas inteligentes da empresa curitibana especializada em mercadinhos autônomos já estão presentes em 220 endereços. A marca pretende encerrar 2021 com cerca de mil adegas espalhadas pelos condomínios brasileiros, e espera faturar 20 milhões de reais com elas.
Apesar do nome, as adegas compartilhadas não oferecem apenas vinhos. Sim, é possível encontrar uma variedade de rótulos da vinícola Concha Y Toro, por exemplo, mas é também fácil de achar Uísque Johnny Walker ou Vodca Absolut.
Quem dita os rótulos que estarão disponíveis em cada adega é o bolso dos moradores dos condomínios e a estação do ano. Os rótulos variam de 30 a 200 reais a depender do perfil dos clientes e a seleção das garrafas é sazonal. No Verão, por exemplo, a prioridade são vinhos brancos, rosés e espumantes. No inverno, os tintos e encorpados ganham vez.
“Imagine ter à disposição uma adega com mais de 200 rótulos diferentes, com seleções que mudam a cada estação e ainda sommeliers disponíveis para dar dicas de harmonização?", diz Eduardo Córdova, CEO do market4u. "Foi exatamente pensando em dar mais conforto e praticidade aos amantes de vinhos que desenvolvemos a wine4u. Ninguém precisa fazer um investimento grande para colocar um estoque em casa, ele fica à disposição para quando quiser e precisar, e o melhor, a poucos passos de distância da sua casa”, comenta.
Segundo a marca, fundada em 2019, atualmente, o market4u está presente em mais de 60 cidades brasileiras e possui 82 mil clientes ativos.
O modelo de negócio baseia-se em instalar dentro dos condomínios pequenos mercados autônomos que funcionam sem funcionários. Por meio de um aplicativo, os moradores se cadastram, selecionam os produtos e efetivam o pagamento.
No caso das adegas, o funcionamento é o mesmo: ao selecionar o produto e realizar o pagamento via app, a porta destrava e você retira a garrafa.
“O sistema é inteligente e consegue mapear o perfil de consumo dos usuários, auxiliando no abastecendo da adega com os rótulos que são mais vendidos, uvas e safras preferidas. A tecnologia utilizada permite gerar uma automação do espaço e oferecer aos clientes uma melhor jornada e experiência de compra”, diz Córdova.
De 2019 para 2020, segundo dados da consultoria Ideal Consulting, o consumo de vinhos e espumantes no país saltou, em média, de 2,13 litros para 2,37 litros por pessoa, uma alta de 11%. Só no terceiro trimestre do ano passado, os vinhos foram 72% mais procurados.
A alta no consumo da bebida não deixa dúvida de que há ainda muito terreno a ser desbravado, especialmente no Brasil, que toma muito menos vinho do que os países europeus. O desafio para os entrantes é forte concorrência. Quem vem puxando a demanda para cima nos últimos anos são os grandes e-commerces e clubes de vinho. No último ano, por exemplo, a importadora Evino viu seu faturamento crescer mais de 70%, isso até o mês de setembro.