Casa projetada por Thiago Bernardes (Daniel Pinheiro/Casa)
Da Redação
Publicado em 23 de junho de 2014 às 10h30.
São Paulo - Sempre que a família pensava no “seu” ponto de encontro, aquele lugar do mundo onde eles se sentiam especialmente relaxados, o cenário de Angra dos Reis, salpicado de ilhas e vegetação exuberante, era a primeira imagem que vinha à cabeça.
Donos de uma casa na região há cerca de dez anos, em um condomínio à beira-mar, eles viajavam praticamente todos os fins de semana para lá, com os filhos pequenos.
Quando o terreno vizinho foi posto à venda, não resistiram: compraram o lote, com uma topografia difícil por causa do declive acentuado, e resolveram construir ali a moradia do jeito que imaginavam ser perfeita para receber com todo o conforto. “Como já tínhamos a experiência com a casa ao lado, escura e muito compartimentada, sabíamos que o ideal era ter algo aberto, arejado, com planos livres e muito vidro para se beneficiar ao máximo da paisagem.
Convidamos então o arquiteto Thiago Bernardes, que conhecíamos por intermédio de amigos, para fazer o projeto. Ele entendeu exatamente nosso sonho. Demoliu tudo e partiu do zero”, revela a proprietária, paulista, mãe de três filhos, hoje adultos, e completamente apaixonada pelo resultado da empreitada.
“Acho que o Thiago é um dos profissionais que mais entendem e incorporam com seu traço a paisagem ao redor. Todos os ambientes, dentro ou fora, conversam com harmonia. Há aqui uma elegância e simplicidade estéticas, essenciais para alimentar o olhar”, elogia.
Para vencer o declive acentuado, Thiago propôs uma casa dividida em três pavimentos para aproveitar a topografia do terreno. Montou a estrutura com aço corten, que se mescla à paisagem. “Os níveis acompanham suavemente o caimento da encosta”, diz ele, apontando que a entrada é onde fica o estar com a cozinha gourmet e a piscina.
O segundo pavimento tem a sala de estar e a suíte máster. No último, estão os quartos dos filhos e hóspedes. Da rua, a estrutura é praticamente imperceptível, com painéis de ripas finas de madeira cumaru escondendo a fachada. Do mar, a moradia se mescla ao entorno com delicadeza. “Você só percebe a casa estando dentro dela.
Uma arquitetura invisível que é ao mesmo tempo presente, forte e acolhedora”, explica a proprietária, que agora sabe que tem o melhor motivo do mundo para manter a família reunida. “É só a gente combinar um fim de semana em Angra, que todo mundo vem correndo”, brinca ela, que, na hora da decoração, optou por um clima bem informal e confortável. “Afinal de contas, estamos na praia e a regra aqui é descomplicar.”