Leandro Dias, CEO da Middas Cachaça: investimento inicial de 500 mil reais para produção da bebida (Middas/Divulgação)
Gabriel Aguiar
Publicado em 14 de dezembro de 2022 às 09h53.
Última atualização em 14 de dezembro de 2022 às 09h54.
Houve quem apontasse a carne com ouro servida aos jogadores da Seleção Brasileira como culpada pela eliminação da Copa do Mundo. Mas essa iguaria não é exclusividade da steakhouse Nusr-Et, do turco Nusret Gökçe – conhecido na internet como Salt Bae: a brasileira Middas produz cachaça com flocos de ouro comestível de 23 quilates em duas versões que podem custar até 697 reais.
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Muito antes de chegar às garrafas do destilado, o ingrediente precioso é tratado por um laboratório alemão para receber certificado de pureza máxima e garantir o consumo sem nenhum risco. Mas se engana quem imagina que o ouro tem sabor ou aroma, já que o efeito é meramente visual (além do marketing, claro). Outro detalhe é que não há relação com o metal utilizado por joalherias.
É verdade que essa iguaria ainda não é tão comum por aqui, mas o ouro já é utilizado mundo afora, principalmente pela culinária francesa e no Oriente Médio, como explica Jorge Herman Behrens, da Unicamp. “Essa é uma experiência antiga que sempre esteve ligada aos símbolos de poder e status”, diz o especialista. Entre os adeptos desse ingrediente está o chef Luis Filipe Souza, do Evvai.
No caso da cachaça brasileira, o nome remete à lenda do rei Midas, que transformava em ouro tudo que tocava – e, ironicamente, morreu por conta disso. Só que esse não é o único exemplo da iguaria como ingrediente de destaque: do licor alemão Goldwasser ao espumante XXIV Karat Grande Cuvée, não faltam opções para brindar com ouro (inclusive o licor mineiro Lord 79 com mel e limão).
Para quem não acabou convencido pela ostentação, a boa notícia é que a Middas é envelhecida em tonéis de carvalho americano virgem e francês de primeiro uso, amburana e acácia por sete anos na edição limitada Reserva dos Proprietários, que recebeu os prêmios Grand Gold Medal pelo Concurso Mundial de Bruxelas e ficou com o terceiro lugar do ranking da Cúpula da Cachaça em 2022.
Com apenas 1.532 garrafas numeradas e assinadas produzidas anualmente, o rótulo faz referência à data de criação da cachaça na então Capitania de São Vicente, no litoral paulista. Mas também existe a versão “clássica” com ouro, produzida artesanalmente em alambiques de cobre e armazenada em tonel de madeira da amendoim do campo por dois anos, com preço promocional de 237 reais.