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Congresso do livro digital vai discutir convergências

"As editoras brasileiras conhecem esse fenômeno (do livro digital) e devem se preparar para a fase de crescimento", afirma CEO de empresa de avaliação de textos


	Livrarias: plataformas online estão pensadas para encontrar algo rapidamente, mas não tanto para descobrir coisas novas, diz Rosa Sala
 (4FR/Getty Images)

Livrarias: plataformas online estão pensadas para encontrar algo rapidamente, mas não tanto para descobrir coisas novas, diz Rosa Sala (4FR/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2014 às 13h26.

São Paulo - O grande potencial de crescimento do mercado digital no Brasil deve dar a tônica dos debates do 5.º Congresso Internacional CBL do Livro Digital, que começa nesta quinta-feira, 21, no Auditório Elis Regina, localizado ao lado do Pavilhão do Parque Anhembi (Avenida Olavo Fontoura, 1.209).

Até sexta-feira, 22, especialistas brasileiros e estrangeiros vão debater a revolução dos livros digitais, modelos de negócio e também os aspectos jurídicos - lacuna importante - dos e-books no Brasil.

A Pesquisa Fipe de Produção e Vendas do Setor Editorial, divulgada em julho, mostrava que, apesar do crescimento expressivo de 225% de 2012 para 2013, o digital ainda ocupa uma fatia muito pequena do mercado editorial brasileiro (menos de 1% do faturamento total).

Dois fatores - pequena participação nos anos iniciais de operação e imenso potencial de crescimento - que são destacados por José Luis Verdes e Rosa Sala, empresários do mercado editorial espanhol que participam do Congresso na sexta, às 17h, na mesa Compartilhando experiências sobre o universo do livro digital.

José Luis Verdes é CEO do Manuscritics, empresa que produz uma plataforma de avaliação online de textos literários, pensada para editores e scouts. Funciona assim: o agente literário submete um texto de um autor para a plataforma, e com ela leitores especializados de qualquer parte do mundo podem dar opiniões, sugerir edições, correções, etc.

Com essa recepção, o editor pode ter melhores condições de decidir o que fazer com aquele material. A fase beta da plataforma está no ar desde 18 de julho.

"Muitos livros passam pelas mesas dos editores sem que eles tenham a oportunidade de editá-los", diz Verdes ao jornal O Estado de S.Paulo, "então a ideia é não perder as chances".

Ele concorda que o início da operação digital é sempre lento, em qualquer parte do mundo. "Mas em poucos anos o desenvolvimento é muito rápido. Foi assim nos Estados Unidos, no Reino Unido, etc. As editoras brasileiras conhecem esse fenômeno e devem se preparar para a fase de crescimento", afirma, salientando que, se o processo de atualização do negócio não ocorrer, outras empresas de fora, como a Amazon, chegarão ao mercado para ocupar este espaço.

"Creio também que há um terreno com muitas possibilidades de negócio, que vai crescer de maneira exponencial no futuro próximo: startups que colaboram com grandes grupos editoriais", prevê, otimista.

Já a Digital Tangible, criada por Rosa Sala em julho de 2013, está levando ao mercado espanhol outra iniciativa: o Seebook pretende aproximar a experiência do físico ao digital ao desenvolver cartões com conteúdo digital (que podem ser dados como presentes, ser autografados, vendidos nas livrarias ou em conferências, palestras, etc).

O cartão possui um código QR (que pode ser lido por smartphones) ou alfanumérico que dá acesso ao arquivo, enviado por e-mail ao portador do Seebook, que pode então lê-lo em qualquer plataforma (no próprio computador, smartphone, tablet ou em e-readers).

"O grande problema dos livros digitais segue sendo a dificuldade de descobrir novos títulos", lembra Rosa - o que ela chama de "discoverability". Para ela, as plataformas online estão pensadas para encontrar algo rapidamente, mas não tanto para descobrir coisas novas. "As mestras nisso continuam sendo as livrarias", afirma. A ideia então é juntar o útil ao agradável.

Sobre o crescimento do mercado digital, ela concorda que o potencial é grande. "Sobretudo para países de uma extensão tão vasta como o Brasil, em que a chegada de livros de papel pode ser um problema logístico considerável, a leitura digital tem um futuro extraordinário", diz. "É um mercado que causa muita desconfiança, mas, gostemos ou não, o futuro da leitura vai nessa direção", conclui.

O Congresso tem como tema Conteúdo e Convergência, e começa nesta quinta, 21, às 9 h, com abertura de Karine Pansa, da CBL. Em seguida, Jason Merkoski, ex-evangelista de tecnologia da Amazon fala sobre seu livro mais recente (Burning the Page) e sobre a revolução digital.

Em uma entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Merkoski afirmou, categórico, que "uma vez que as pessoas consigam encontrar 80% dos títulos que buscam no digital, a chance de elas migrarem para e-books é de 100%".

Ainda é possível se inscrever no Congresso: há uma recepção para credenciamento e inscrição hoje no local - a inscrição custa R$ 1.120 para associados de entidades do livro, professores, estudantes e bibliotecários. A programação segue até esta sexta, às 18 h, quando o encerramento será feito pela Comissão do Livro Digital.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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