Islândia: se visitar a capital for imprescindível, limite seu tempo lá a 25% da sua viagem. (Ingólfur Bjargmundsson/Getty Images)
Marília Almeida
Publicado em 12 de abril de 2019 às 05h00.
Última atualização em 12 de abril de 2019 às 05h00.
Os islandeses gostam de brincar que, durante a vida adulta, eles terão nada menos do que sete carreiras, muitas vezes duas ao mesmo tempo. De fato, estar ocupado é uma parte da identidade nacional. A saudação mais comum dos islandeses é: “Então, ocupado como sempre?” Para Herdis Fridriksdottir, que abandonou a carreira em educação para se ocupar mais do turismo, a resposta não é apenas “sim”. É “mais do que nunca”.
Desde 2012, o número de visitantes na Islândia vem crescendo em média 32% ao ano. O país recebe sete turistas para cada habitante local, com viagens agora contribuindo com mais de 10% do PIB, tornando-se o maior setor econômico da Islândia. Se o “excesso de turismo" se tornou uma bandeira vermelha para a indústria global de viagens, a Islândia é um excelente exemplo. Alguns lugares correm o risco de fechar, ou fecharam, como o cânion Fjaðrárgljúfur. Os números do setor de turismo devem cair cerca de 16% em 2019, após a recente falência da Wow Air. Isto é, se você for aonde todo mundo vai.
As pessoas que você encontra no país podem ser tão memoráveis quanto os fiordes etéreos, e a empresa familiar de Fridriksdottir, Understand Iceland, está fazendo nome, oferecendo aventuras culturais de imersão, como tingir lã e tricotar com mulheres da aldeia.
Se visitar a capital for imprescindível, limite seu tempo lá a 25% da sua viagem. Caso contrário, siga direto para a costa sul, onde você pode ficar em chalés contemporâneos, casas de campo elegantes e pequenos hotéis. “A maioria dos turistas que eu vejo passa quatro, cinco, até seis horas por dia dirigindo de e para Reykjavik para andar na geleira de Solheimajokull ou visitar a lagoa de Jokulsarlon. Isso me deixa completamente perplexo”, diz Sigurdur Bjarni Sveinsson, um líder de expedição islandesa.
Se você estiver decidido a conferir a atração principal, enfrente as multidões e reserve o único hotel cinco estrelas da Islândia com quartos graciosamente decorados, chamado Retreat. O amplo spa oferece acesso a uma parte reservada da Blue Lagoon, o restaurante tem uma grande adega e os guias levam os hóspedes a passeios personalizados pelos campos cobertos de musgo e praias recortadas nas proximidades.
Siga até uma das muitas piscinas municipais da Islândia, como Hofsos no norte ou Seladalur no leste. Ambas estão abastecidas com águas calmantes de nascente e ricas em minerais, e cobram uma taxa de entrada de menos de US$ 9.
Não estremeça pensando no clima. A Islândia nunca promete sol, mesmo no verão. E, se você não pegar um ótimo tempo, também pode conseguir um benefício diferente: ótima iluminação. Gunnar Gunnarsson, um fotógrafo profissional que se concentra nas paisagens geladas da Islândia, diz que das seis ou mais horas em que o sol aparece, “no final do ano, você tem um brilho ‘dourado’ constante. É perfeito para fotografia.”