Paletós em tecido ultraleve da Urban Performance: a nova cara da roupa formal (Leandro Fonseca/Exame)
Editor de Casual e Especiais
Publicado em 5 de janeiro de 2024 às 11h40.
Última atualização em 5 de janeiro de 2024 às 12h57.
Entender o ciclo da moda, aquilo que vem e volta nas passarelas, nas lojas e nas ruas, pode até parecer exercício de adivinhação. Muitas vezes, no entanto, basta entender o que está acontecendo no mundo, da política ao comportamento, para ver como os acontecimentos se refletem na forma como nos vestimos.
O ano passado viu o florescer do chamado quiet luxury, uma moda discreta e sem afetação, sem logos e sem excessos, com cores simples e tons terrosos, um contraponto às roupas espalhafatosas na euforia do pós-pandemia e um reflexo da preocupação atual com o ambiente e as crises econômicas.
O que vamos vestir em 2024? Sites de tendências e especializados em modas já apontam algumas tendências.
O mercado de varejo de fast fashion viu a ascensão nos últimos tempos de competidores novos, em especial as chinesas Shein e Temu, colocando pressão nas tradicionais Zara e H&M. Podemos esperar novas estratégias das empresas em relação a preço final, rapidez nas coleções inspiradas nos desfiles das temporadas de moda e experiência do consumidor. O desafio, como de costume, será a adequação a preceitos de sustentabilidade.
Jaquetas para chuva, peças em tecidos térmicos e impermeáveis, papetes (pode até ser com meia). O chamado gorpcore, ou mountain chic, foi uma tendência que despertou na pandemia, como recurso para quem podia se isolar na natureza. Essa onda continua forte, com marcas adotando os preceitos até mesmo na roupa mais formal. Espere ver cada vez mais paletós em tecido ultraleve, como os da marca Urban Performance, na Faria Lima.
O tênis vive um momento de ressurgimento, com novos ídolos ocupando o lugar de Roger Federer, ameaçando a hegemonia de Novak Djokovic e dificultando a volta de Rafael Nadal. E marcas de moda de luxo estão de olho nesse movimento. Carlos Alcaraz passou a ser patrocinado pela Louis Vuitton, Jannik Sinner desfila com roupas da Gucci. A Lacoste, que nasceu nas quadras e se tornou ícone fashion, busca cada vez mais reforçar suas raízes.
Quando a maior marca de moda do mundo, a Louis Vuitton, aponta Pharrell Williams como diretor criativo, existe aí uma mensagem. A influência das celebridades não é algo recente, dos figurinos dos filmes ao tapete vermelho do Oscar. Mas as redes sociais deram novo alcance a esse fenômeno. No fim do ano passado foi lançado o TikTok Shop, que permite que usuários comprem peças que aparecem nos vídeos curtos da plataforma, uma nova fonte de receita para criadores.
Para ficar em uma dica bem pontual, vale lembrar que a estampa de poá, com leveza e discrição, segue em destaque. Segundo a editoria de moda do jornal britânico The Telegraph, as bolinhas “são figuras divertidas e que não se levam muito a sério.” A estampa é adequada para as peças de verão, mas não só. É um clássico que está sempre em alta.