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Como será o Dia dos Namorados virtual para um casal separado pela pandemia

Através do Facebook, casais separados tentam alcançar líderes mundiais na esperança de sensibilizá-los para que possam viajar

Mari Solberg e Brandon Ballin conversam via Facetime em 8 de fevereiro de 2021, ela em Oslo e ele em Nova York. (ELEONORE SENS/AFP)

Mari Solberg e Brandon Ballin conversam via Facetime em 8 de fevereiro de 2021, ela em Oslo e ele em Nova York. (ELEONORE SENS/AFP)

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Julia Storch

Publicado em 12 de fevereiro de 2021 às 16h49.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2021 às 21h14.

Abobrinha, salsa, cebola e um coquetel na mão: tudo pronto para preparar a tradicional refeição dominical que Brandon e Mari compartilham há quase um ano. Mas 6.000 quilômetros separam esses pombinhos que só podem se conectar virtualmente: ela está em Oslo e ele em Nova York.

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Não haverá Dia dos Namorados romântico para este cozinheiro americano e esta terapeuta norueguesa que se conheceram em um show em Nova York em novembro de 2019, pouco antes do início da pandemia.

Brandon Ballin,  de 45 anos, e Mari Solberg, de 41, esperavam se encontrar esta semana para cuidar da papelada para se casar na Noruega em abril. Mas a chegada de novas variantes do vírus, que levou muitos países a fecharem suas fronteiras e aumentarem as restrições, destruiu seus planos.

“Não poderemos nos casar em abril como havíamos planejado. Tivemos que adiar a data e esperamos poder nos casar em junho. Cruzamos os dedos”, disse Mari.

“Não sabemos quando tudo vai reabrir, não sabemos o que está autorizado e não sabemos quanto tempo vai durar, é muito difícil”, disse.

Reuniões de domingo

Desde a chegada do coronavírus, impedidos de viajar como muitos outros casais binacionais, Brandon e Mari se reúnem principalmente em torno de uma refeição virtual de domingo.

“Mari deveria vir aqui em 21 de março de 2020, mas seu voo foi cancelado devido à pandemia”, diz Brandon. “Por que não cozinhamos juntos?”, a terapeuta então sugeriu. Assim nasceu o almoço virtual de domingo, onde os dois se reencontram por meio de uma tela.

Em quase um ano de pandemia, eles só se viram pessoalmente uma vez, no final de setembro e início de outubro. Depois de preencher um formulário para provar o relacionamento deles, Brandon pôde visitar Mari em Oslo por duas semanas. Ele os gastou quase inteiramente em quarentena... E a pediu em casamento.

Mari e Brandon se encontram pessoalmente pela primeira vez desde o início da pandemia, em 26 de setembro de 2020, no Aeroporto Internacional de Oslo. (Hanne Ugelstad/AFP)

Mas em 23 de janeiro, o governo norueguês anunciou o fechamento total das fronteiras, exceto para as visitas "essenciais", categoria em que os relacionamentos amorosos não se enquadram. Mari também não pode viajar para Nova York. As fronteiras dos Estados Unidos estão fechadas para os europeus, e o país nunca abriu uma exceção para casais não casados de cidadãos americanos.

O que fazer então? Brandon e Mari encontram algum conforto em uma página do Facebook dedicada a "casais separados por proibições de viagens". A página, que se chama #LoveIsNotTourism ("Amor não é turismo"), tem mais de 16.000 assinantes. Por meio da rede social, muitos casais alcançam líderes mundiais na esperança de sensibilizá-los para sua causa.

"Estamos dispostos a fazer de tudo para garantir nossa segurança, colocar a quarentena, cumprir as regras. Tentamos de tudo e nos deparamos com obstáculo após obstáculo", lamenta Brandon em sua sala de estar no Brooklyn.

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