Voos: Um segredo para curar o jet lag é tomar bebidas com erva-mate em vez de café (anyaberkut/Thinkstock)
Júlia Lewgoy
Publicado em 8 de outubro de 2018 às 05h00.
Última atualização em 8 de outubro de 2018 às 05h00.
A curadora e diretora de criação Ximena Caminos foi criada em Buenos Aires, onde trabalhou no Museu de Arte Latino-Americana de Bueno Aires (Malba) antes de partir para uma parceria pessoal e profissional com o agora ex-marido Alan Faena.
Juntos, eles planejaram os hotéis homônimos dele na Argentina e em Miami Beach; o foco de Ximena era consolidar a credibilidade dos complexos no mundo da arte por meio de exposições, encomendas específicas para o local e centros culturais dedicados. Ximena foi a força motriz por trás do centro de artes Faena Forum, em Miami, inaugurado com bastante alarde há dois anos durante o Art Basel Miami Beach. (Ela continua dando consultoria a Faena).
Como alguém que viaja mais de 600 mil quilômetros por ano de avião, Ximena é devota da American Airlines e faz parte do grupo de ultraelite da empresa, o Concierge Key. “Recebo muitos benefícios por isso”, diz. “E uso bastante.”
Ela mora em Miami com os filhos. A seguir, algumas de suas dicas de viagem.
Eu viajo para todos os lugares com erva-mate. Nós, argentinos, somos realmente viciados em mate; é a nossa versão do chá verde, uma infusão que pode ser tomada o dia todo e que te deixa ativo. Eu tomo especificamente na parte da manhã - assim como os americanos e europeus tomam café -, mas o café te causa tremores e dura pouco, gera um impulso de apenas 20 minutos.
O mate não agride o estômago e te mantém acordado, mas sem tremores. Eu preparo uma versão especial própria, às vezes com folhas de coca que trago de contrabando da Colômbia, e de camomila com um pouco de mel, então acaba sendo 70 por cento mate. É um ritual, trago minhas próprias cuias e bombas, que são aqueles canudos de metal. E até mesmo uma garrafa térmica que comprei na Islândia, da Laken. Se você pede uma garrafa térmica emprestada no hotel, normalmente vem com aroma de café.
Para mim, viajar é quebrar a rotina, já que no resto do ano você realmente precisa trabalhar duro. Eu nunca compro passagem com antecedência. Costumo mudar tanto as datas que acaba saindo mais caro [pagar multas por mudança] do que comprar em cima da hora. Além disso, quando se compra de última hora, também é possível conseguir vantagens incríveis. Descobri que muitas vezes dá para conseguir ótimas ofertas nas últimas 24 horas antes de uma viagem. Somos escravos do tempo, do relógio, de nossas obrigações, da rotina. Essa rotina esteriliza sua mente.
Tem uma frase de Borges que sempre me impactou quando era adolescente. Diz assim: “para realmente conhecer uma cidade, é preciso perder-se nela”. Eu gosto dessa brincadeira. Há uma sensação de admiração. Acho que se perder te abre mais, porque você presta mais atenção. Se sabe que vai daqui para lá, você se concentra no caminho, no mapa, não no território. Mas quando você está perdido, você analisa o território.
A última vez que me perdi? Eu peguei meu filho Noah, de 8 anos, quando estávamos em Tóquio. Eu disse a ele: “vamos nos perder”. Então, entramos no metrô e pegamos um trem por uma hora, depois descemos onde queríamos, no bairro mais estranho que se possa imaginar, chamado Shimokitazawa. Era uma área comercial de baixo padrão com muitos lugares de moda retrô e galerias. Foi muito divertido e acabamos comprando uma camisa superlegal.