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Comic-Con começa em San Diego com perfil cada vez mais familiar

A Comic-Con deixará mais de US$ 177 milhões este ano na cidade, dos quais quase US$ 80 milhões sairão dos bolsos dos 130 participantes

comic-con (EFE)

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Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2014 às 15h28.

A Comic-Con, convenção mais importante de histórias em quadrinhos, começou nesta quinta-feira em San Diego, cidade que por quatro dias será invadida por super-heróis e zumbis.

O envolvimento da cidade com este evento dos quadrinhos, o gênero fantástico e a ficção científica é tão grande que o prefeito Kevin Faulconer não hesitou em descer em uma tirolesa de dez metros de altura e 40 de altura para aterrissar, literalmente, no evento de inauguração.

"Comic-Con é um ativo enorme para a cidade", comentou o vereador Todd Gloria, que também deslizou pelo cabo posto de pé nos limites do Centro de Convenções de San Diego pela rede de televisão Fox para promover a série "Gotham".

A Comic-Con deixará mais de US$ 177 milhões este ano na cidade, dos quais quase US$ 80 milhões sairão dos bolsos dos 130 participantes da convenção que enchem restaurantes, hotéis e as ruas do centro urbano.

O perfil dos que visitam Comic-Con evoluiu desde o início dos anos 70. De ser uma pequena reunião de fanáticos da história em quadrinhos passou a se transformar em uma cúpula da cultura pop para todas as idades.

Pelos longos corredores do Centro de Convenções não é raro encontrar pais de primeira viagem carregando um recém-nascido, empurrando um carrinho de bebê ou, como é o caso de Erik Jensen, ensinando para seu filho Kevin que não pode dar golpes em uma estátua do Batman com seu martelo de Thor. "Mais gente vai querer tirar uma foto aqui, Kevin", dizia logo antes de conversar com a Agência Efe.

Jensen estava fantasiado de Capitão América e convenceu seu filho a se vestir de Thor, e não de Super Mario como Kevin queria, para interpretar sua pequena versão familiar de "Os Vingadores", da Marvel. "Amanhã ele virá de Super Mario", justificou Jensen.

Em muitos casos são os pais que apresentam aos filhos o gênero fantástico. Em outros casos, o interesse pelo evento é do casal.

Assim aconteceu com Laura Mendívil, mexicana de 29 anos, que desde 2007 cruza a fronteira de Tijuana, cidade onde vive, para conhecer as novidades das superproduções de Hollywood antes de todo os seus amigos.

Foi seu marido, Julio Cárdenas, de 28 anos, que a apresentou a Comic-Con. Este ano eles têm esperança de poder ver de perto o diretor de cinema Peter Jackson e a equipe que realiza os filmes da Marvel em apresentações que acontecerão no sábado no salão H, um imenso auditório para 6.500 pessoas.

Apesar da capacidade, a procura por um lugar é tão grande que a única forma de garantir o acesso é começar a fazer fila na véspera, o que se tornou bastante comum em todas as edições da Comic-Con. Laura e Cárdenas fizeram fila na rua desde as 3 da manhã no ano passado para entrar na conferência de Marvel.

"Cochilei, mas não havia nada para me cobrir. Este ano me comprei um saco de dormir. Há quem venha com colchões infláveis", contou Cárdenas.

"Este ano viemos preparados. Sexta-feira vamos fazer fila a partir das 10 da noite para conseguir lugares mais próximos. Vale a pena", contou Laura.

A meta deste casal é estar nas três primeiras fileiras da conferência em que Jackson e a equipe de "O Hobbit", incluídos os atores Cate Blanchett, Orlando Bloom, Evangeline Lilly e Luke Evans, adiantará novidades da terceira parte da saga, que estreia em dezembro.

A apresentação da Marvel acontecerá sete horas e meia depois. Antes sera a vez da Legendary Pictures, "The Boxtrolls" e "Sin City: A Dama Fatal". Laura e Cárdenas terão que passar o dia inteiro nesse salão para guardar lugar, e mesmo assim acreditam que o esforço compensa.

Nos últimos anos os expositores dos estúdios de Hollywood e as cadeias de televisão tomaram o centro do Centro de Convenções, onde só resistem as grandes empresas de história em quadrinhos como Marvel, DC Comics ou Dark Horse, enquanto o resto se conforma em ocupar um lugar secundário.

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