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Com e-commerce e quarentena, consumo de vinhos sobe 72% no 3° tri

Uma das explicações para o aumento no consumo da bebida é que as pessoas estão bebendo mais em casa, e comprando em clubes de vinhos

Vinhos: confira as tendências que devem dominar o mercado esse ano.  (Ben Hasty/Getty Images)

Vinhos: confira as tendências que devem dominar o mercado esse ano. (Ben Hasty/Getty Images)

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Matheus Doliveira

Publicado em 24 de setembro de 2020 às 15h27.

Mesmo com restaurantes e bares ainda fechados, (você já sabe o motivo) a quarentena está trazendo um sopro de esperança para os varejistas de vinho. De janeiro a junho, o consumo de vinhos e espumantes no país saltou, em média, de 2,13 litros (2019) para 2,37 litros (2020) por pessoa, um aumento de 11%, mostram dados da consultoria Ideal Consulting.

No segundo trimestre do ano, a alta foi ainda mais expressiva. Nos meses de abril, maio e junho, quando praticamente todo o país estava passando pela fase mais severa do confinamento, a média do consumo de vinhos por pessoa chegou a 2,81 litros, um crescimento de 72% em relação ao primeiro trimestre (janeiro, fevereiro e março). Ainda de acordo com os dados da Ideal Consulting, somente nos seis primeiros meses do ano, cerca de 200 milhões de litros de vinho foram comercializados no país, um aumento de 27,8% em relação ao mesmo período ano passado.

Uma das explicações para o aumento do consumo de vinhos em casa pode estar em um hábito adotado pela maior parte das famílias durante a pandemia: o de preparar as próprias refeições. Com mais tempo em casa e na cozinha, as pessoas estão também mais dispostas a experimentar novos rótulos. Quem ganha, nesse caso, são as marcas nacionais e, claro, as varejistas de vinho.

Um dos muitos exemplos é o clube de vinhos Sociedade da Mesa, um dos pioneiros no país, fundado ainda em 2003. A marca brasileira comprada pelo grupo espanhol Vinhoselección possui rótulos de mais de 150 países em seu portfólio, incluindo destinos não óbvios quando se trata de vinho, como Romênia, Hungria, Líbano, e Turquia. Segundo o CEO da marca, Stéphane Kaloudoff, com a pandemia, a meta é triplicar as vendas no online. “Acreditamos que esse seja um caminho de crescimento sem volta, por isso, a meta para esse ano é triplicarmos o número de garrafas vendidas online, que atualmente gira em torno de 30 mil por mês", diz. Recém-chegada no e-commerce, a Sociedade da Mesa viu seu faturamento crescer em 20% com a loja online, inaugurada em 2019.

Outro exemplo de varejista de bebidas que se beneficiou com a pandemia é a Wine, que se identifica como o maior clube de vinhos do país.“O e-commerce da Wine está vendendo até 40% mais do que antes da pandemia, e o interesse pelo clube de assinatura aumentou em 30% o volume de captações de novos sócios”, afirmou Alexandre Magno, diretor de e-commerce da Wine, em maio a EXAME.

De acordo com os dados mais recentes da Organização Internacional da Vinha e do Vinho, o consumo per capita de vinho pelo brasileiro ainda é muito baixo, varia de 2 a 3 litros (menos de três garrafas) por ano. O topo do ranking é ocupado por Portugal, com 54 litros por habitante, seguido da França (51,8 litros) e da Itália (41,5 litros). Nesse cenário, a quarentena e o e-commerce provam que ainda há muito terreno para ser explorado. 

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