A agência France Presse recebeu o prêmio de Furo de Fotografia, graças a uma imagem de Massoud Hossaini de um ataque suicida em Cabul (AFP/ Massoud Hossaini)
Da Redação
Publicado em 20 de abril de 2012 às 18h27.
Nova York - O jornal ''The New York Times'' foi o grande vencedor da 96ª edição do Pulitzer, ao receber dois dos prêmios de jornalismo outorgados desde 1917 pela Universidade de Colúmbia.
O periódico nova-iorquino levou o prêmio da categoria de Reportagem Internacional, graças ao trabalho de Jeffrey Gettleman sobre a crise de fome e o conflito na África Oriental, e também de Melhor Reportagem Explicativa, com David Kocieniewski.
A Universidade de Colúmbia reconheceu ''as vividas crônicas'' assinadas por Gettleman ''frequentemente correndo perigo'' para informar sobre uma região da África ''esquecida, mas cada vez mais estratégica'', segundo informou o júri do prêmio em comunicado.
Kocieniewski recebeu seu prêmio pela ''lúcida série'' que escreveu para o ''The New York Times'' com a qual penetrou ''em um emaranhado legal'' para explicar como ''os mais ricos dos Estados Unidos e as grandes corporações se aproveitam de lacunas jurídicas e evadem impostos''.
Entre os Pulitzer de jornalismo, destacou-se o prêmio à agência de notícias ''Associated Press'' na categoria de Reportagem Investigativa pelas matérias em que revelou em 2011 o programa clandestino da Polícia de Nova York para espionar membros das comunidades muçulmanas da cidade.
O júri destacou que, graças a essa reportagem, ocorreram distintos pedidos no Congresso dos EUA para iniciar uma investigação federal a esse respeito e se abriu ''um debate sobre qual deve ser o papel adequado da inteligência nacional para recopilar dados''.
Nessa mesma categoria também foram premiados Michael Berens e Ken Armstrong, do ''The Seattle Times'', que descobriram como os remédios de alguns pacientes no estado de Washington eram trocados por metadona, ''mais barata, mas mais perigosa''.
Nesta edição, na categoria de Furo Jornalístico, que como os demais estava dotada de US$ 10 mil, foi premiado o ''The Tuscaloosa News'', do Alabama, por sua cobertura do devastador tornado que atingiu a região em 2011, que, segundo o júri, ajudou inclusive a localizar desaparecidos.
A Universidade de Colúmbia premiou também Sara Ganim e a equipe do ''The Patriot News'', da Pensilvânia, pela cobertura do caso de Jerry Sandusky, um treinador que se viu envolvido em um controvertido caso de abusos sexuais a menores que acabou afetando o prestigiado programa de futebol americano da Universidade de Penn State.
O site ''The Huffington Post'' levou o Pulitzer de Melhor Cobertura Nacional pelo artigo de David Wood sobre ''os desafios físicos e emocionais que enfrentam os soldados americanos gravemente feridos no Iraque e no Afeganistão''.
O prêmio de Crítica foi para Wesley Morris, do ''The Boston Globe'', por suas ''inteligentes e inventivas críticas cinematográficas'', enquanto o ''The Chicago Tribune'' venceu a categoria Crônicas pelo trabalho de Mary Schmich.
O Pulitzer de Caricatura foi para a organização Politico, por seus ''cartuns sempre divertidos, especialmente por refletir o conflito político bipartidário em Washington''.
O prêmio de Reportagem Especial ficou com Eli Sanders, da revista ''The Stranger'', de Seattle, e o ''The Philadelphia Inquirer'' levou o prêmio reservado a informações de Serviço Público. Ninguém foi premiado na categoria Editorial.
A agência France Presse recebeu o prêmio de Furo de Fotografia, graças a uma imagem de Massoud Hossaini de um ataque suicida em Cabul, enquanto o ''The Denver Post'' ficou com o de Fotografia por uma reportagem especial que acompanhava um veterano do Iraque.
Além dos prêmios jornalísticos, a prestigiada universidade também anunciou os vencedores nas categorias de Literatura, Teatro e Música, com destaque para Quiara Alegria Hudes.
A escritora, filha de pai judeu e mãe porto-riquenha e autora do libreto do bem-sucedido musical ''In the Heights'' sobre a comunidade hispânica de Nova York, ganhou o Pulitzer de Melhor Obra Teatral por ''Water by the Spoonful'', que mostra o retorno à vida civil de um soldado veterano da Guerra do Iraque e seu trabalho em um bar.
O prêmio de Melhor Literatura de Ficção ficou sem dono, enquanto o de História foi para Manning Marable, por ''Malcolm X: A Life of Reinvention'' e o de Biografia para John Lewis Gaddis por ''George F. Kennan: An American Life''.
Em Poesia, o Pulitzer foi para ''Life on Mars'', de Tracy K. Smith, e em Não-Ficção para Stephen Greenblatt por ''The Swerve: How The World Became Modern'', enquanto o Pulitzer de Música foi para Kevin Puts por ''Silent Night: Opera in Two Acts'', sobre a Primeira Guerra Mundial e encenada na Ópera de Minnesota em novembro.