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Colecionador põe à venda 20.000 vestidos em boom da moda vintage

Estilista americano foi contatado pela varejista on-line Bluefly.com, que perguntou se ele estaria disposto a colocar sua coleção inteira à venda

Além da venda online, foi montada ma "exposição" das roupas na casa de leilões Phillips, em Nova York (Sylvain Gaboury/Patrick McMullan/Getty Images)

Além da venda online, foi montada ma "exposição" das roupas na casa de leilões Phillips, em Nova York (Sylvain Gaboury/Patrick McMullan/Getty Images)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 1 de novembro de 2018 às 12h00.

Última atualização em 1 de novembro de 2018 às 12h00.

O colecionador de alta-costura Keni Valenti entrou no mundo da moda no final dos anos 1970, depois de ser demitido do emprego de ajudante de garçom no Studio 54, em Nova York. "Quando me demitiram de lá, fui para o Mudd Club e tomei um sedativo e alguns drinques. Acordei trancado em uma jaula com uma mulher louca de patins e anáguas", lembra ele. "Era Betsey Johnson, e ela me disse: ‘Venha para casa comigo, estou começando minha própria marca e quero que você me ajude.’"

A partir dali, Valenti se tornou designer, estilista e, por último, colecionador de moda vintage - quase 20.000 peças no total, diz ele. Ele usou o arquivo como material de pesquisa para estilistas e permitiu que modelos e socialites pegassem emprestado (ou alugassem) os vestidos. Entre suas clientes estão Céline Dion, Kate Moss e Victoria Beckham. "Não sou um negociante de antiguidades, sou uma extravagância da moda", diz ele.

Isso pode parecer exagero, mas Valenti, que completou 60 anos em agosto, passou a última década fazendo tudo o que pôde para elevar a moda além do status de mera vestimenta.

Em uma iniciativa que, segundo ele, foi ideia da falecida negociante de arte Holly Solomon, Valenti abriu uma "galeria de moda" em Wynwood, bairro de Miami, em 2011, na tentativa de posicionar as roupas como verdadeiras obras de arte. "Colocamos as roupas em manequins e vendemos como obras de arte", diz ele. "Eu dizia às pessoas que elas poderiam colocar os manequins na sala de estar ou exibi-los em vitrines de acrílico."

Ele acabou transformando esse projeto em uma organização sem fins lucrativos, o que, segundo ele, foi desgastante. Em 2015, Valenti comprou uma casa em Joshua Tree, na Califórnia, com a intenção de transferir toda a sua coleção para a Califórnia e começar de novo.

No entanto, em mais uma reviravolta do destino, Valenti foi contatado pela varejista on-line Bluefly.com, que perguntou se ele estaria disposto a colocar sua coleção inteira à venda. "Eu pensei então que estava na hora de compartilhá-la com o mundo", diz ele, e a venda começou nesta semana com uma oferta on-line de mais de 200 itens e uma "exposição" das roupas na casa de leilões Phillips, em Nova York. Se tudo der certo, ele continuará vendendo o restante dos 20.000 vestidos em lotes.

"Defini preços para vender tudo", diz ele sobre as roupas, que incluem um caftan Halston bege de US$ 695, um vestido Yves Saint Laurent da década de 1980 que está à venda por US$ 3.200 e um vestido de gala Givenchy de US$ 3.500. "Estamos sondando o terreno."

Moda vintage

Por acaso ou não, a venda da coleção de Valenti coincide com um aumento nas vendas de vestuário vintage. Nos últimos quatro anos, os preços por lote na categoria de roupas vintage aumentaram em mais de 100 por cento, de acordo com dados fornecidos pela Invaluable.com, plataforma digital que representa mais de 5.000 casas de leilão tradicionais.

"De 2014 a 2017, vimos um crescimento impressionante na venda de roupas de grife oferecidas na plataforma Invaluable", diz Andrew Gully, diretor de comunicações da Invaluable. Nesse período, o total de lotes oferecidos pelas casas de leilão usando a plataforma Invaluable aumentou mais de 180 por cento, e o preço total dos leilões subiu impressionantes 400 por cento.

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