Vista da Marginal Tietê, em SP: São Paulo irá ganhar centro esportivo público (LUCIANO PIVA / Veja São Paulo/VEJA)
Da Redação
Publicado em 31 de julho de 2014 às 10h37.
São Paulo - O muro externo foi derrubado e o terreno está coberto por tapumes de madeira.
O velho Clube de Regatas Tietê, de 1907, à beira da Marginal do Tietê, altura da Ponte das Bandeiras, será transformado em Centro Esportivo Tietê da Prefeitura de São Paulo, segundo o Decreto 53.832/2013. A obra deve ser entregue em setembro.
Pelo menos é o que promete a Secretaria de Esportes e Lazer da Prefeitura. O espaço, de 50 mil m², deve ser entregue na Virada Esportiva na cidade.
O projeto prevê 5 ginásios, 5 quadras de tênis, 4 quadras de basquete, 4 quadras poliesportivas, pista de caminhada, mais 19 mil m2 de área livre. O local tem histórias para contar. Boas e ruins.
Pelo Clube Tietê passaram atletas como Maria Lenk (natação), que aprendeu a nadar nas águas então límpidas do Rio Tietê para se curar de uma pneumonia. Lá também se criou a campeã Maria Esther Bueno, ícone do tênis brasileiro até hoje.
Mas nem só de glórias viveu o Clube Tietê. Houve momentos de enorme obscuridade. Um deles foi lembrado pelo ator Milton Gonçalves em 2008, durante uma solenidade do Troféu Raça Negra.
Milton Gonçalves é mineiro, mas passou parte da infância em São Paulo. Um dia, ainda um menino, tentava brincar o carnaval no Tietê e foi barrado por ser negro. Ele recordou o episódio na noite da entrega do troféu.
Ao lado da área que vai se tornar pública depois de uma longa disputa judicial entre a Prefeitura de São Paulo e o clube fica a Faculdade Zumbi dos Palmares, que tem por missão a inclusão dos negros no ensino superior.