Cena do filme O Poderoso Chefão (1972): cada longa será reproduzido três vezes por semana, até o dia 2 de março, e os ingressos custam R$16 (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 12 de fevereiro de 2016 às 15h16.
São Paulo - Na expectativa do Oscar, a rede Cinemark reprisa três vencedores da estatueta dourada - O Poderoso Chefão (1972), O Silêncio dos Inocentes (1992) e Forrest Gump - o Contador de Histórias (1995).
Quatro cinemas exibem os filmes a partir deste sábado, 13: Metrô Santa Cruz, Mooca Plaza, Tamboré e VillaLobos.
Cada longa será reproduzido três vezes por semana, até o dia 2 de março, e os ingressos custam R$16.
São três filmes muito bem escolhidos. Premiados, filhos do cinema comercial, mas que, nem por isso, abdicaram das qualidades artísticas que os tornam apreciáveis até hoje.
Quando se discute a oposição (falsa) entre cinema de arte x cinema comercial deveríamos lembrar desses filmes que foram, a um tempo, artísticos e comerciais.
A começar pelo primeiro "capítulo" da saga da família Corleone, O Poderoso Chefão 1, para muitos o melhor da série (embora haja quem prefira o segundo e outros, como eu, consideram os três como um todo, um conjunto indissociável).
Em todo caso, é neste Chefão que temos a figura impagável de Marlon Brando como Don Vito Corleone, o capo que veio menino da Sicília e se tornou o padrinho da máfia nos Estados Unidos.
O diretor, Francis Ford Coppola, usa o argumento da famiglia mafiosa para retratar o mundo ítalo-americano do qual proveio.
Além disso, a saga dos Chefões é, também, uma análise sutil das formas de poder, nas quais muitas vezes a legalidade e o crime se dão as mãos, como sabemos muito bem.
O ápice da história é a passagem do poder de Don Vito a seu filho Michael (Al Pacino).
O filme tem um clima insuperável, personagens marcantes e um sabor marcante de Itália, Sabe a molho al sugo e vinho tinto. E, como os vinhos, pelo menos alguns, quando envelhece, melhora.
Em grau menor pode-se dizer a mesma coisa de O Silêncio dos Inocentes, de Jonnathan Demme.
É um filme que impressiona pela densidade psicológica dos personagens, pelo clima de tensão e medo que impõe.
Em especial, no duelo entre a policial do FBI, Clarice Starling (Jodie Foster), e o psicopata Hannibal Lecter (Anthony Hopkins).
Lecter é um criminoso e é um gênio. Tenta vencer a policial penetrando em sua mente para descobrir seus pontos frágeis. O olhar penetrante de Hopking ficou celebrizado por este filme.
Já em Forrest Gump, de Robert Zemeckis, temos Tom Hanks em um dos seus papéis marcantes.
Ele é um rapaz simples do Alabama, com QI considerado abaixo da média e que, no entanto, tem muitas histórias para contar.
Atravessa os Estados Unidos correndo e convive, em alguns momentos, com alguns personagens reais do país.
Gump, narrando em primeira pessoa, tem uma percepção aguda das coisas e das gentes.
Como costuma acontecer com as crianças, lança um olhar fresco sobre o mundo e vê o que os muito "inteligentes" ignoram.
A falsa ingenuidade, aliás, pode ser uma das artimanhas da verdadeira inteligência. Um bonito filme.