Corolla: engana-se quem pensa que o Corolla só tem versões sem sal
Da Redação
Publicado em 4 de novembro de 2016 às 20h13.
Última atualização em 29 de novembro de 2016 às 21h05.
O Toyota Corolla está entre os poucos modelos vendidos no mundo a completar cinco décadas no mercado. Apresentado no Japão em 1966, o carro rapidamente ganhou compradores e admiradores pelo mundo ao longo de 11 gerações, graças a características como durabilidade (não faltam exemplares intactos após milhares de quilômetros rodados), conforto e boa aceitação no mercado de usados.
Se sobram qualidades, também não faltam críticos prontos para desmerecer o pobre Corolla, tachando o carro como um modelo sem graça feito para gente que não valoriza o prazer ao dirigir.
Mas engana-se quem pensa que o Corolla só tem versões sem sal. De um cupê feito sob medida para brilhar no drift até uma perua com espírito bem diferente do sedã, separamos alguns modelos que farão os detratores reverem seus conceitos a respeito do campeão de vendas. Tem até sedã com motor de Lotus no meio!
Rei do drift
O Corolla Levin (mais conhecido como AE86, em referência ao código do chassis do catálogo da fábrica) nasceu em 1983 para ser uma versão mais esportiva da quinta geração do modelo.
Com baixo peso (de 950 kg a 970 kg), tração traseira e uma distribuição de peso entre os eixos de 50:50, o carro caiu nas graças dos gearheads.
Juntamente com seu “quase irmão gêmeo” Sprinter Trueno (que se diferenciava pelos faróis escamoteáveis no lugar dos fixos), o AE86 se tornou um ícone do drifting, sendo facilmente encontrado em competições da modalidade até hoje.
Apelidado de hachi-roku (ou “oitenta e seis”, em japonês), o AE86 virou ícone da cultura pop japonesa ao aparecer no mangá/animê Initial D, resultando em uma valorização significativa do Levin/Trueno no mercado local de usados.
Campeão das pistas
Automobilismo nunca foi muito a praia do Corolla, mas o carro tem histórico nas competições. No final dos anos 90, a Toyota botou o Corolla hatch para disputar o Campeonato Mundial de Rali (WRC).
Para não fazer feio, o modelo ganhou tração nas quatro rodas e um motor 2.0 turbo do Celica bastante modificado.
Funcionou: o carro disputou três temporadas (de 1997 a 1999) e conquistou o título em 1999. Longe da categoria desde então, a Toyota prepara seu retorno ao WRC para 2017.
O Corolla sedã também figura em várias categorias de turismo pelo mundo, como a Copa Petrobras de Marcas. Na categoria brasileira desde 2011, a Toyota conquistou o título de 2012 juntamente com a equipe Full Time Sports e Ricardo Maurício.
Aventureiro urbano
A sexta geração do Corolla trouxe uma versão até então inédita na linha. Como o nome sugeria, a All Trac saía de fábrica com tração nas quatro rodas.
Havia até bloqueio do diferencial central. Fabricada de 1988 a 1992, a All Trac foi vendida apenas em alguns mercados, como os Estados Unidos e a Austrália.
Um esportivo de verdade
Sete anos antes da estreia do enfeitado Corolla XRS nacional, a Toyota já havia feito um XRS de verdade. Em 2005, a empresa produziu aproximadamente 2.500 unidades de um sedã bastante especial, equipado com um motor 1.8 16V de 172 cv e torque máximo de 17,5 mkgf.
Trata-se do mesmo motor utilizado no Lotus Elise. E nada de câmbio automático: para alegria dos gearheads, o sedã trazia um câmbio manual de seis marchas.
O interior tinha volante de três raios, painel de instrumentos com grafismo vermelho, manopla de câmbio com acabamento cromado e bancos com revestimento exclusivo.
Levado à pista de testes pela revista Motorweek, o XRS precisou de apenas 7,6 segundos para acelerar de 0 a 96 km/h. Segundo a publicação, apenas acima das 6.000 rpm é que o Corolla se transforma de um pacato sedã em um esportivo. Nada mal.
No mundo dos tunados
A TRD (Toyota Racing Developments) é uma divisão da empresa responsável por projetos de alta performance com escritórios no Japão e nos Estados Unidos.
Foi a filial norte-americana a responsável por assinar o projeto do Corolla SEMA Edition TRD.
Baseado na versão LE, o sedã especial não sofreu mudanças tão radicais: a mais expressiva delas foi a adoção do câmbio manual no lugar da transmissão CVT.
As outras mudanças incluem novos para-choques, rodas de 19 polegadas calçadas com pneus 255/30 de perfil baixo e suspensão rebaixada.