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Cinco presentes que você deve evitar trazer de viagem

Alguns itens populares vendidos como lembranças turísticas podem causar problemas legais e ambientais ao serem levados para casa

Certos presentes podem criar uma dor de cabeça na hora de levar para casa. (Pekic/Getty Images)

Certos presentes podem criar uma dor de cabeça na hora de levar para casa. (Pekic/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 27 de setembro de 2024 às 10h46.

Viajar para destinos exóticos e levar para casa uma lembrança especial é algo que muitos turistas apreciam. No entanto, o que poucos sabem é que alguns desses souvenirs podem estar ligados a práticas prejudiciais ao meio ambiente e até serem ilegais. Produtos feitos a partir de animais ou plantas ameaçadas de extinção, como conchas, café de civeta e marfim, são apenas alguns exemplos de itens que, apesar de bonitos ou exclusivos, trazem consequências sérias para a fauna e flora globais. A reportagem é do The Washington Post.

Além dos impactos ambientais, muitos desses itens são proibidos em diversos países, e tentar trazê-los pode resultar em multas, confisco e até prisão. Por isso, é fundamental que os turistas estejam atentos às regras de importação e às práticas sustentáveis ao escolher suas lembranças. Afinal, nem tudo o que é vendido nas lojas turísticas é seguro ou ético de se levar para casa.

Café de civeta: um luxo que custa caro para os animais

O café de civeta é um dos produtos mais caros e controversos que os turistas podem encontrar. Este café, que pode custar até 500 dólares por libra (aproximadamente R$ 2.720), é produzido a partir de grãos que passam pelo sistema digestivo da civeta, um mamífero semelhante a um gato, comum no sudeste da Ásia. O processo pode parecer interessante, mas as condições em que os animais são mantidos são extremamente cruéis. Civetas são confinadas em pequenas gaiolas e forçadas a consumir grandes quantidades de cerejas de café para produzir o grão que muitos turistas compram como uma "raridade".

Marfim e produtos de origem animal: um comércio ilegal e devastador

Produtos feitos de marfim, peles de tigre, chifres de rinoceronte e outros materiais de origem animal são muitas vezes comercializados em mercados de souvenirs, especialmente em regiões da África e da Ásia. Embora alguns turistas possam acreditar que estão comprando algo legal, muitas dessas mercadorias são resultado do tráfico ilegal de animais selvagens, o que tem um impacto devastador sobre espécies ameaçadas e ecossistemas inteiros.

O comércio de marfim é particularmente problemático. Ele tem contribuído diretamente para o declínio drástico das populações de elefantes em várias partes do mundo. Levar uma peça de marfim como lembrança pode parecer inofensivo, mas contribui para a continuidade da caça ilegal e a destruição dessas espécies. A Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres (CITES) impõe severas restrições ao comércio desses itens, e as autoridades alfandegárias frequentemente confiscam tais produtos, além de aplicarem multas e até penas de prisão aos infratores.

Conchas de caracol rainha: uma lembrança em risco de extinção

Em muitas regiões do Caribe e das Bermudas, é comum encontrar conchas de caracol rainha à venda em mercados de souvenirs. Suas conchas cor-de-rosa são atraentes para turistas, mas esses animais estão sob pressão em várias áreas devido à coleta excessiva. Países como Granada e Haiti foram proibidos de exportar esses moluscos por não conseguirem controlar a diminuição dos estoques, de acordo com as normas da CITES.

Além disso, nos Estados Unidos, é ilegal adquirir conchas que contenham caracóis vivos ou que tenham buracos fora dos padrões permitidos. O NOAA Fisheries, agência norte-americana que regula a pesca e a conservação marinha, colocou o caracol rainha na lista de espécies ameaçadas, alertando que o animal pode estar em perigo de extinção nas próximas décadas.

Outros produtos perigosos: penas e partes de pássaros

Em mercados tradicionais no México, é possível encontrar pequenos pacotes contendo partes de beija-flores, vendidos como amuletos de amor. Esses souvenirs, chamados "chuparosas", são ilegais nos Estados Unidos, uma vez que violam leis de proteção às aves migratórias. A venda de penas, ossos e outras partes de aves também é comum em muitas regiões turísticas, mas é importante lembrar que esses itens estão cobertos por rigorosas legislações de proteção ambiental em vários países.

Caviar: um luxo sob restrição

O caviar de esturjão-beluga é um item de luxo frequentemente encontrado em mercados de países próximos ao Mar Cáspio. No entanto, a espécie está em perigo crítico de extinção, e o comércio internacional desse caviar é altamente regulamentado. Nos Estados Unidos, é proibido trazer caviar de beluga, e qualquer outra variedade de caviar deve ser acompanhada de documentação apropriada para evitar confisco pelas autoridades alfandegárias.

O declínio de mais de 90% nas populações de esturjão-beluga nos últimos 30 anos levou a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) a listar essa espécie como ameaçada. Mesmo que o caviar de outras espécies seja permitido em pequenas quantidades, é importante que os viajantes se informem sobre as regras de importação e sigam as diretrizes para evitar problemas legais.

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