Bandeira da China: Em 2008, foram 100 medalhas, sendo 51 de ouro (Barry Huang/Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de julho de 2012 às 20h00.
Pequim - Soberana no quadro de medalhas nos Jogos de Pequim, em que derrubou o domínio soviético e americano que já durava 72 anos, a China vai para Londres com 396 atletas e uma ideia na cabeça: demonstrar que também pode ser a maior potência esportiva mundial fora de seu território.
Em 2008, foram 100 medalhas, sendo 51 de ouro. Em Londres, 30 campeões olímpicos terão nova chance de subir ao topo do pódio. Ainda assim, a renovação da delegação foi expressiva, já que dois terços dos atletas não estiveram nos Jogos de Pequim.
Quem carrega as maiores chances de voltar com o ouro para a China é Liu Xiang, na prova dos 110 metros com barreiras. Quatro anos atrás, o corredor foi uma das grandes decepções para a torcida da casa, ao se lesionar e ficar de fora já na primeira eliminatória. Agora, Xiang busca de recuperar a medalha dourada, conquistada em 2004.
Após um longo período de sofrimento, com operações, afastamentos, reabilitação e resultados pouco expressivos, o atleta recuperou a forma e a força. Há duas semanas, igualou o recorde mundial - 12s87, embora não homologado devido ao vento.
Em Londres, é esperado um duelo contra o cubano Dayron Robles, campeão em Pequim. A rivalidade entre os dois ganhou o mundo e deve ser uma atração no Reino Unido.
Também é esperada a atuação da China na ginástica, modalidade em que foi obtido o maior número de ouros para o país (11) em Pequim. Houve, contudo, denúncias de um suposto apoio dos juízes aos atletas da casa.
Entre os homens, Zou Kai se mantém como favorito, depois dos três ouros em Pequim. Outros que se destacam são Chen Yibing, campeão olímpico nas argolas em Atenas-2004, e Feng Zhe e Zhang Chenglong, que ainda compõem o grupo masculino, favorito por equipes.
Entre as mulheres, só He Kexin, que obteve duas medalhas douradas em 2008, com a equipe e nas barras assimétricas, voltará a participar dos Jogos. Ela comandará um grupo de jovens e promissoras atletas, que farão sua estreia no evento.
Na natação, as expectativas são altas, principalmente depois do Mundial de Xangai, em 2011, quando um novo ídolo local surgiu: Sun Yang. Com dois ouros, uma prata e um bronze, o atleta virou sensação em seu país.
Recordista mundial nos 1.500 livres, Yang lidera uma delegação promissora, que também tem Liu Zige (ouro nos 200 metros borboleta em Pequim) e Zhao Jing, campeã mundial dos 100 metros costas.
Também na água, os saltadores chineses querem seguir dominando no trampolim: após conseguir sete dos oito ouros em disputa (a prata na última das provas foi quase um desastre nacional), o objetivo em Londres volta a ser tentar monopolizar o pódio. Entre os nomes mais fortes da seleção, estão Qin Kai, Wu Minxia e Chen Ruolin.
Em um dos carros-chefes de conquistas dos chineses, o tênis de mesa teve mudanças que limitará as medalhas do país. Depois de conquistar todos os ouros em Pequim e todas as medalhas individuais, a federação internacional limitou a dois o número de participantes por país em cada modalidade.
A ausência do medalhista de ouro no masculino nos últimos Jogos, Ma Lin - lenda viva do esporte - será sentida pelos chineses. Contudo, o novo dono do esporte, Zhang Jike, estará presente para confirmar em Londres o domínio em Mundiais e Copa do Mundo nos últimos dois anos.
Nos esportes coletivos, as esperanças recaem sobre as mulheres, que brigam por medalha no hóquei, no polo aquático e no vôlei. Neste último, a briga é para retomar o ouro de Atenas, após o bronze em Pequim. A dúvida sobre a presença da estrela Wang Yimei, porém, deixa uma interrogação sobre as pretensões da equipe.