Lúpulo: ingrediente é a flor da planta Humulus lupulus (Yarygin/Thinkstock)
Victor Caputo
Publicado em 11 de junho de 2017 às 17h22.
De onde vem o lúpulo das cervejas? Das flores, acredite se quiser.
O lúpulo, um dos ingredientes primários da cerveja (além de malte, água e levedura), é a flor da planta Humulus lupulus. Usado para dar amargor e como conservante, o lúpulo agora é produzido e cultivado para contribuir com uma série de sabores em diversos estágios do processo de fabricação.
Mas estamos quase no começo do verão no Hemisfério Norte: a Mãe Natureza tem uma série de flores além do lúpulo para oferecer no momento. E muitas cervejarias internacionais estão tirando vantagem disso para oferecer cervejas ainda mais sazonalmente conectadas à terra.
Conheça sete exemplos.
Essa ale amarga da popular cervejaria sueca Brekeriet é produzida com a flor lilás recém-colhida em Skane, no sul da Suécia. Um casamento perfeito de sabores florais e azedos em uma cerveja ao mesmo tempo seca e vibrante; tomá-la evoca a sensação de desfrutar da bucólica paisagem na qual a bebida é produzida.
A Dieu du Ciel! costuma ser considerada uma das melhores cervejarias artesanais do Canadá. Aqui, sua cerveja de trigo autodescrita como “branda” serve como base ideal para experimentações com a flor hibiscus durante o processo de preparação. O resultado é uma bebida impressionante, de cor rosé, com uma acidez adorável.
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Inspirada pelo uso de flores da Fantôme, famosa produtora belga de saison, a Jester King Brewery, do Texas, não precisou olhar além dos campos que a rodeavam para escolher as flores monarda e marroio para uso nessa cerveja. Trata-se de uma bela ale, longe de ser “vulgar”, que expressa bem o terroir da área, com um sabor inicial que lembra grama e um fim mineral.
Sempre se pode contar que os “cervejeiros excêntricos” e de estilo próprio da OEC Brewing oferecerão algo completamente novo. No caso da Aura, eles misturaram uma ale jovem produzida com sambuco e mel com ales mais antigas fermentadas espontaneamente, que haviam amadurecido tanto em carvalho quanto em granito rosa. Essa ale é ao mesmo tempo doce, ácida e grosseiramente amarga.
A OWA atua como uma ponte entre as tradições das cervejas belgas e japonesas. Para essa bebida internacional híbrida particular, uma autêntica lambic ale belga é misturada com flores de cerejeira. (A flor nacional, a sakura, é uma das maravilhas sazonais mais adoradas do Japão). Com tanino e azedo por todos os lados, a cerveja ostenta notas de flores recém-cortadas e um discreto sabor de cereja.
A Scratch está certamente entre as cervejarias artesanais mais ligadas à abundância da Mãe Natureza, usando em suas receitas principalmente ingredientes caseiros, de fontes locais e buscados na mata. A cerveja apropriadamente chamada Flower Power, uma saison rústica, é preparada com uma miscelânea de flores de propriedade da Scratch Brewing -- é delicada, terrosa e maravilhosamente satisfatória.
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Quem disse que os metaleiros não podem colher flores? A TRVE, de Denver (N.T.: nome faz alusão ao heavy metal), pode até desfrutar de ouvir música no talo, mas sua preferência em termos de cerveja é muito mais delicada. A Ostara é a ale amarga suave da TRVE Brewing, produzida com dente-de-leão, citronela e casca de limão. Cítrica, com sabor de ervas e brilhantemente refrescante.