Adam Driver e Lady Gaga como o casal Gucci. (Divulgação/Divulgação)
Julia Storch
Publicado em 23 de novembro de 2021 às 16h21.
Em 2019, Lady Gaga subiu ao palco do Oscar para receber a estatueta na categoria de Melhor Música Original do filme Nasce uma Estrela — mas não levou o prêmio mais cobiçado, o de Melhor Atriz. Após dois anos, ela retorna aos cinemas com um papel muito mais desafiador, o de Patrizia Reggiani, a italiana que encomendou o assassinato do marido, Maurizio Gucci, interpretado por Adam Driver no filme A Casa Gucci.
Baseado no livro The House of Gucci: a Sensational Story of Murder, Madness, Glamour and Greed, de Sara Gay Forden, o elenco do longa conta ainda com Al Pacino interpretando Aldo Gucci, Jeremy Irons como Rodolfo Gucci, e Jared Leto, irreconhecível, como Paolo Gucci. A mexicana Salma Hayek, esposa de François-Henri Pinault, presidente da Kering, grupo de luxo proprietário da Gucci, também dá as caras como Giuseppina “Pina” Auriemma, amiga de Reggiani, que acabou sendo condenada a 25 anos de prisão acusada de organizar o assassinato de Maurizio.
Se polêmicas familiares são o tema central do longa, seria difícil não tê-las no backstage. Patrizia, neta de Aldo Gucci, desaprovou completamente a caracterização dos atores como seus familiares. À Associated Press ela disse estar ultrajada com as fotos de Leto, careca, vestindo um terno lilás: “Horríveis, horríveis. Me sinto ofendida”.
A bisneta de Guccio Gucci fez outras críticas ainda além da estética “em nome da família”. “Eles estão roubando a identidade de uma família para ter lucro, para aumentar a renda do sistema de Hollywood... Nossa família tem uma identidade, privacidade. Podemos conversar sobre tudo. Mas há uma fronteira que não pode ser ultrapassada.”
A “viúva negra”, como Reggiani ficou conhecida na época do crime, também ficou insatisfeita com a produção. “Estou bastante incomodada com o fato de Lady Gaga estar me interpretando no novo filme de Ridley Scott sem ter tido a consideração e a sensibilidade para vir me encontrar”, disse à agência de notícias italiana Ansa. “Não é uma questão econômica. Não vou ganhar um centavo com o filme”, completou. Reggiani está em liberdade desde 2016, após cumprir 17 anos da pena total de reclusão.
Com locações nos Alpes do Valle d’Aosta, Lago de Como, Milão e Roma, A Casa Gucci conta com atuações impecáveis em uma história verídica, e também tem como atrativo os figurinos de época. Foi um crime brutal, sim — mas com muito glamour. A estreia nos cinemas está marcada para 25 de novembro.