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Carros híbridos da BYD prometem rodar até 2 mil kms sem paradas

Dirigir 2.000 km sem parar para abastecer? Isso parece um sonho impossível para qualquer carro disponível no mercado, seja ele movido a gasolina ou eletricidade

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 29 de maio de 2024 às 07h11.

A montadora chinesa de veículos elétricos BYD anunciou que seu novo sistema de motorização híbrida permitirá que os carros percorram 2.000 km sem reabastecer ou carregar. Essa distância é quase o dobro da autonomia de alguns híbridos concorrentes nos Estados Unidos. As informações são da Business Insider e da Reuters.

A fabricante chinesa de veículos elétricos BYD diz que isso é possível graças a melhorias em seu novo sistema de motorização híbrida, que será lançado em dois sedãs médios recentemente revelados, segundo a Business Insider. Isso equivale a cerca de 130 km por litro, mais de três vezes a média de economia de combustível dos carros do ano-modelo 2022 nos EUA. É também cerca de 800 km a mais de autonomia do que um híbrido Lexus ES 2023, que no ano passado liderou a lista da Kelley Blue Book dos híbridos de maior autonomia.

Salto de tecnologia

Um salto tão grande na tecnologia híbrida aumentaria ainda mais o interesse por esses carros, com suas impressionantes economias de combustível, custos iniciais mais baixos e menor ansiedade em relação à autonomia. Os modelos híbridos são extremamente populares tanto entre os fabricantes de automóveis quanto entre os consumidores, servindo como uma ponte entre os motores de combustão interna tradicionais e os modelos totalmente elétricos, especialmente à medida que as vendas de veículos elétricos se estabilizam em muitos mercados.

No caso da BYD, os híbridos representam a maioria dos modelos vendidos, de acordo com a Reuters. A Toyota, que entrou tardiamente no mercado de veículos elétricos, mas com uma ampla gama de opções híbridas, viu sua estratégia ser validada pelo enfraquecimento do mercado de EVs. A Ford anunciou em abril que expandiria suas ofertas híbridas, pois o segmento ajudou a amortecer as perdas com EVs. A GM também planeja trazer mais modelos híbridos para a América do Norte em resposta à demanda crescente.

Apesar do avanço tecnológico e do sucesso dos híbridos da BYD, os consumidores dos Estados Unidos não devem esperar comprar um carro da marca em breve. A expansão da BYD nos EUA ainda enfrenta desafios, incluindo questões regulatórias e de mercado.

Barreiras tarifárias

A entrada de carros chineses, como os da BYD, no mercado dos Estados Unidos enfrenta diversos desafios, começando pelas rigorosas regulamentações de segurança e emissões veiculares. As normas da Agência de Proteção Ambiental (EPA) e da Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário (NHTSA) são algumas das mais rígidas do mundo, exigindo extensos testes e certificações que muitas vezes diferem significativamente dos padrões chineses. Adaptar os veículos para cumprir esses regulamentos pode ser um processo demorado e caro, desestimulando a entrada rápida e eficiente de novos modelos no mercado americano.

Além das questões regulatórias, há barreiras tarifárias e comerciais que complicam a importação de carros chineses para os EUA. O governo dos Estados Unidos impôs tarifas significativas sobre muitos produtos chineses, incluindo automóveis, como parte das disputas comerciais em curso entre os dois países. Essas tarifas aumentam consideravelmente o custo dos veículos chineses, tornando-os menos competitivos em comparação com as marcas já estabelecidas no mercado norte-americano. Além disso, os fabricantes chineses podem enfrentar resistência política e pública devido às tensões geopolíticas e à percepção de que a compra de produtos chineses pode prejudicar a economia americana.

Outro obstáculo significativo é a construção de uma rede de distribuição e serviços pós-venda confiável. Os consumidores americanos esperam um suporte robusto para manutenção e peças de reposição, bem como uma rede de concessionárias que ofereça uma experiência de compra confiável e acessível. Estabelecer essa infraestrutura do zero é um grande desafio para qualquer fabricante estrangeiro, especialmente em um mercado tão competitivo como o dos Estados Unidos. As marcas chinesas precisam investir pesadamente em marketing, parcerias estratégicas e infraestrutura para ganhar a confiança dos consumidores americanos e competir efetivamente com as marcas locais e outras marcas internacionais bem estabelecidas.

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