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Capitão em amistoso, Gabriel Jesus quer se tornar celebridade mundial

Depois de Neymar, ele é o jogador com melhor imagem para receber investimentos publicitários

Gabriel Jesus, capitão da seleção brasileira em amistoso contra a Croácia (Action Images via Reuters/Andrew Boyers/Reuters)

Gabriel Jesus, capitão da seleção brasileira em amistoso contra a Croácia (Action Images via Reuters/Andrew Boyers/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de junho de 2018 às 11h37.

Liverpool - O Brasil terá no amistoso deste domingo contra a Croácia, em Liverpool, um capitão com idade de soldado raso: Gabriel Jesus. O garoto de 21 anos, completados recentemente, vai ganhar a patente no penúltimo teste da seleção antes da Copa do Mundo, em jogo que começa às 11 horas (de Brasília) no Anfield Road, em função do rodízio instituído por Tite e pelo seu bom desempenho sempre que defende o time. A braçadeira veio a calhar. É ponto positivo no plano de marketing desenvolvido para tornar Jesus uma das celebridades do futebol mundial.

Gabriel Jesus é, de acordo com pesquisas feitas do mercado publicitário, o jogador brasileiro com melhor imagem para receber investimentos depois de Neymar. Mas o camisa 10 está superexposto por ter quase duas dezenas de parceiros, o que faz do companheiro de ataque uma opção interessante.

O jogador do Manchester City tem números mais modestos, e não deverá virar "arroz de festa" dos comerciais, mas terá atuação cada vez mais intensa em campanhas publicitárias e nas redes sociais.

O projeto da agência de marketing Octagon para tornar Jesus uma estrela em nível mundial teve início em 2017 e foi dividido em fases ou ciclos. O primeiro ciclo termina com a Copa do Mundo e busca consolidar a imagem do atacante no Brasil, na Inglaterra, onde joga no Manchester City, e ainda na Europa.

A partir do fim do Mundial terá início uma "fase de internacionalização" de Jesus. A ideia é torná-lo uma estrela na Ásia, sobretudo China, e nos Estados Unidos, onde estão as grandes marcas. Jesus ajuda. Sua imagem de bom filho, de garoto humilde que não esquece as raízes apesar do sucesso, o torna querido do público, sobretudo o jovem. É carismático e determinado.

Um dos caminhos para explorar esse potencial são as redes sociais, onde já é atuante. "A gente trabalha as principais mídias. Esse planejamento de mídia é crucial", explica Gabriel Lima, CEO da Octagon, responsável pelo projeto para alavancar mundialmente a carreira do "xará". Uma das metas é que o ex-palmeirense tenha 10 milhões de seguidores nas redes sociais até dezembro - hoje, ultrapassa 5 milhões.

Tudo isso ajuda, mas bons resultados em campo são fundamentais. Ou seja, o "tamanho" do sucesso está ligado ao desempenho do jogador e do Brasil na Rússia. "O marketing pode ser bem planejado, mas depende da performance em campo para atingir o que foi definido como meta", explica o executivo.

Segundo Lima, a Copa foi um "balizador inicial" para alavancar a imagem de Jesus. "Temos também um planejamento longo que envolve a carreira do jogador e depois disso", informa.

Na fase que iniciará após a Rússia, o foco serão os novos mercados. "Vai começar um ciclo mais forte no mercado asiático e no americano também. O europeu é o principal mercado, pois ele joga na Inglaterra."

CUIDADOS - Como a imagem do atacante "vende fácil", ligá-la a produtos foi natural. Atualmente, Gabriel Jesus é garoto-propaganda de empresa de produtos esportivos, telefonia (por causa da comemoração "Alô, mamãe"), isotônico e de um refrigerante. Vem mais por aí, mas existe o cuidado de evitar a superexposição também. "Temos meta de quantidade de campanhas publicitárias. Não vamos saturar porque ele é jogador e tem de jogar", diz Lima.

O CEO admite que há empresas interessadas em se associar a Gabriel Jesus, mas não diz quantas nem quais são. Também não revela valores envolvidos, alegando confidencialidade contratual. Todas as campanhas das quais Jesus participa precisa da anuência da agência. Existe o cuidado, e a exigência, de que ele atue de forma espontânea, natural, que demonstre seus valores éticos. "Tentamos deixá-lo solto, ser quem ele é. Essa é a essência", diz Lima.

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