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Cannes fecha uma edição que se rendeu a "Divertida Mente"

O festival começou este ano com a explosão de adrenalina de "Mad Max" e terminou com a força de Michael Fassbender em um "Macbeth" muito naturalista

"Dheepan", do francês Jacques Audiard: filme ganhou neste domingo a Palma de Ouro (Regis Duvignau/Reuters)

"Dheepan", do francês Jacques Audiard: filme ganhou neste domingo a Palma de Ouro (Regis Duvignau/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2015 às 17h54.

Cannes (França) - "Dheepan", do francês Jacques Audiard, ganhou neste domingo a Palma de Ouro de uma edição do Festival de Cannes que, além dos prêmios, se rendeu à humanidade de Michael Caine e à maravilhosa animação "Divertida Mente", que conquistou a todos com sua colorida história cerebral.

O festival começou este ano com a explosão de adrenalina de "Mad Max" e terminou com a força de Michael Fassbender em um "Macbeth" muito naturalista, após 12 dias em que essa pequena cidade da côte d'azur francesa foi o centro do mundo cinematográfico.

Foi uma equilibrada concentração de talento e estrelas, algo que só Cannes alcança a cada ano, e que nesta edição teve a morte como tema principal das profundas histórias em competição e uma contribuição hollywoodiana pelas mãos de Woody Allen, Natalie Portman e Mark Osborne.

Allen apresentou seu último filme, "O Homem Irracional", uma comédia leve com divertidos diálogos, protagonizado por Emma Stone e Joaquin Phoenix; a atriz Natalie Portman chegou com seu estreia como diretora com "A Tale of Love and Darkness", baseado em um romance de Amós Oz; e Mark Osborne com sua particular versão animada de "O Pequeno Príncipe".

Mas, sem dúvida, a grande e inesperada protagonista de Cannes foi "Divertida Mente", da Pixar, dirigida por Pete Docter e com John Lasseter na produção, que deu uma lição de cinema original, divertido, sensível e cheio de criatividade.

Nas diversas seções do festival puderam ser vistos ver filmes de peso como "Carol", a preciosa história de amor entre duas mulheres com Cate Blanchett e Rooney Mara - que ganhou o prêmio de melhor atriz junto com a francesa Emmanuelle Bercot, e a especial história da velhice contada por Paolo Sorrentino em "Youth", que saiu sem prêmios apesar de ser grande favorito.

Esse filme levou Michael Caine ao festival, onde chegou com sua experiência e seu britânico senso de humor para oferecer a melhor interpretação desta edição, apesar da vitória do francês Vincent Lindon.

A dureza da vida dos judeus no campo de concentração de Auschwitz de "Son of Saul", do húngaro László Nemes, e a beleza plástica de "The Assassin", do taiuanês Hou Hsiao-Hsien, foram reconhecidas com o Grande Prêmio e o Prêmio do Júri, respectivamente.

E embora sem prêmios, também chamaram a atenção a sensibilidade da história da morte de uma mãe de "Mia Madre", e a violência na fronteira entre México e Estados Unidos de "Sicário", com Benicio del Toro.

"Chronic", do mexicano Michel Franco, levou o prêmio de melhor roteiro, que conta a história de um homem que cuida de doentes terminais e é incapaz de se comunicar com outros seres humanos, longa que chamou muito a atenção de Guillermo del Toro, membro do júri presidido pelos irmãos Coen.

"A terra e a sombra", do colombiano César Acevedo, foi escolhido filme revelação e conseguiu o máximo reconhecimento a que podia aspirar: a Câmera de Ouro de melhor estreia. "Allende, meu avô Allende", da chileno-mexicana Marcia Tambutti, obteve o prêmio de melhor documentário.

O documentário foi um dos protagonistas de Cannes, com a exibição de "Amy", sobre a cantora britânica Amy Winehouse; "Hitchcock/Truffaut", baseado no livro que réune as conversas entre Alfred Hitchock e François Truffaut no verão de 1962; "Depardieu grandeur nature", e "Jag Är Ingrid", sobre Ingrid Bergman.

A atriz sueca foi rosto do cartaz de uma edição que dedicou a ela uma pequena homenagem no centenário de seu nascimento.

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