Campeã afegã de caratê Meena Asadi, de 28 anos, em Cisarua, na Indonésia. (Ajeng Dinar Ulfiana/Reuters)
Reuters
Publicado em 20 de agosto de 2021 às 13h34.
Última atualização em 20 de agosto de 2021 às 14h02.
A campeã afegã de caratê Meena Asadi golpeia um saco de pancada como parte da rotina de treinamento, mas teme que as mulheres atletas de sua terra natal possam já ter perdido a luta para competir agora que o Taliban voltou ao poder.
Meena deixou o Afeganistão quando tinha 12 anos e foi para o Paquistão, onde começou a praticar caratê, e mais tarde representou seu país nos Jogos Sul-Asiáticos de 2010.
Ela voltou a Cabul no ano seguinte e inaugurou uma academia de luta, mas foi obrigada a fugir pela segunda vez devido à violência e foi parar na Indonésia com o marido e a filha então de 1 ano do casal.
"Sinto-me péssima. Perdi a esperança, e o povo do meu país perdeu a esperança também", disse Meena à Reuters em um estúdio de Cisarua, cidade ao sul de Jacarta onde ensina caratê a refugiados que torcem para se restabelecer em um terceiro país, como ela.
Quando o Taliban governou o Afeganistão, entre 1996 e 2001, sua interpretação rígida da lei islâmica --às vezes aplicada brutalmente-- ditava que as mulheres não podiam trabalhar e tinham que cobrir o rosto e ser acompanhadas por um parente masculino para sair de casa, e as meninas não podiam ir à escola.
Com o grupo de volta a Cabul, Meena teme o que isso significa para o progresso feito por seus compatriotas.
"Toda a conquista e os valores são destruídos, e isto seria um momento sombrio para o povo, especialmente mulheres e meninas", disse a lutadora de 28 anos.
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