Giorgio Armani: marca criou novas camisetas do Napoli. (Carlo Hermann/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de outubro de 2021 às 15h04.
Novas tendências de moda surgem a todo instante, e os conceitos de roupas sociais também podem variar de acordo com a temporada. Nos trajes futebolísticos, historicamente, as camisetas utilizadas por torcedores eram conectadas somente com a prática esportiva. De um tempo para cá, as marcas globais passaram a produzir materiais em uma linha mais próxima ao streetwear, apresentando inovação aos modelos para os clubes.
As camisas de time deixaram de ser apenas uma peça para dentro das quatro linhas para se tornarem referência de moda em passeios. Existe uma tendência crescente de incorporação de estilos aos uniformes de futebol, no qual é preciso inovar nos designs, de modo que representem a história do time, mas também sejam agradáveis para utilizar no cotidiano.
“As marcas entenderam a necessidade de investir em design para trazer novidades ao mercado. Estas ações não são realizadas rapidamente, as empresas estudam os consumidores de forma detalhada para entender o potencial dessas ativações”, explica Renê Salviano, especialista em marketing esportivo e fundador da HeatMap.
Nesta temporada, a grife Giorgio Armani começou a produzir uniformes para o futebol profissional pela primeira vez, com a marca EA7, para o Napoli. Durante as olimpíadas, a marca italiana também vestiu a delegação azzurra. Para Marcelo Palaia, especialista em marketing esportivo, é importante haver diversificação na linha de produtos para firmar o nome da marca, além de ser lucrativo para os fornecedores.
“Do ponto de vista do marketing, a incorporação de designs casuais, ideais para uso cotidiano, nas camisas de futebol, é interessante pois reforça o nome da fornecedora e do clube no mercado. As vendas podem aumentar pois os torcedores adquirirem mais opções de modelos, uma vez que, a partir de agora, usarão as camisas também para sair, e não apenas para assistir a uma partida de futebol”, ressalta Palaia. “O principal objetivo de uma diversificação na linha do produto é realmente o aumento da linha de produto.”, completa.
Além da estética, as ativações nos uniformes possuem papel importante para ressaltar a importância de causas sociais. Neste ano, o Flamengo criou um modelo para a linha casual em apoio ao movimento LGBTQIA+, enquanto o América-MG, em parceria com a Volt Sport, lançou o camisa 3 em campanha contra o racismo, incorporando nele o símbolo do movimento Black Lives Matter junto com a hashtag #ConsciênciaNegraTodoDia. Já em Alagoas, o CSA também lançou um modelo para reforçar o combate ao preconceito racial.
“O poder de engajamento do esporte com causas sociais é imensurável. O futebol é uma plataforma relevante para exposição de ações como essas que promovemos. Nesta temporada, realizamos duas contra o racismo. Os modelos do América-MG e CSA estarão marcados na história da empresa, é um orgulho fazer parte desta luta”, ressalta Fernando Kleimmann, sócio-diretor da Volt Sport.