Casual

Na pandemia, brasileiros estão carentes e compram mais brinquedos eróticos

Sem a possibilidade de contato humano, 76% dos solteiros acreditam que a quarentena fez as pessoas se preocuparem mais em encontrar conexões afetivas

Celular (Bronek Kaminski/Getty Images)

Celular (Bronek Kaminski/Getty Images)

MD

Matheus Doliveira

Publicado em 11 de maio de 2020 às 17h42.

Última atualização em 24 de maio de 2021 às 16h11.

No Brasil e no mundo, a pandemia de coronavírus vem mudando de forma expressiva a maneira como consumimos e nos relacionamos. Uma pesquisa do aplicativo de relacionamento holandês Inner Circle revela que os brasileiros estão mais carentes e mais preocupados em criar novas conexões afetivas. 

42% dos 1.000 brasileiros solteiros entrevistados disseram que estão otimistas em encontrar parceiros de longo prazo durante a pandemia, e 35% das pessoas entre 18 e 34 anos afirmaram que estão mais dispostas a fazer novas conexões do que antes do isolamento social.

Na mesma linha, o mercado de produtos eróticos vem lucrando com o distanciamento. Segundo a Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (Abeme), o comércio de vibradores e brinquedos do gênero poderá crescer até 12% devido ao isolamento social. 

O aquecimento desse nicho, no entanto, está longe de ser um fenômeno exclusivamente brasileiro. Com medidas de restrição mais severas na Europa, grandes companhias do setor, como a marca de vibradores sueca Lelo, passaram a dar descontos de até 25% em uma peça publicitária que incentiva os consumidores a não sair de casa. Na Dinamarca, a venda de brinquedos sexuais dobrou depois da quarentena. Apenas na primeira semana de abril, a Sinful, maior comerciante nórdica de produtos eróticos, registrou um boom de 110% nas vendas. Nos Estados Unidos, a marca de sex shop Bellesa anunciou a doação de milhares de vibradores como forma de incentivar as mulheres americanas a ficar em casa.

Segundo a pesquisa do Inner Circle, que também foi feita no Reino Unido, embora os encontros físicos tenham diminuído expressivamente entre os brasileiros, por aqui, a maior parte dos solteiros continua utilizando os aplicativos de paquera. 80% dos entrevistados afirmaram que trocam mensagens com alguém e que esperam encontrar a pessoa pessoalmente depois da pandemia. Já no Reino Unido, 33% disseram que os encontros não são prioridade e 20% veem a paquera virtual como algo desafiador. 

Por aqui, as mensagens de texto continuam sendo o meio de paquera mais utilizado entre os solteiros, seja pelo chat dos próprios aplicativos de relacionamento (65%) ou pelo WhatsApp (56%). Chamadas de vídeo também chamam a atenção, com 44% de adesão, à frente de ligações telefônicas, com 30%. Os usuários do Centro-Oeste, por exemplo, são os que mais realizam chamadas de vídeo (54%). 

“Os brasileiros costumam ser mais abertos a paquera e nosso estudo provou que eles continuam com o mesmo sentimento, mesmo durante a quarentena. A tecnologia é uma importante aliada neste momento e pode ajudar os solteiros a se conectar de verdade e encontrar um amor enquanto ainda estão em casa”, diz David Vermeulen, fundador e CEO do Inner Circle. 

A pesquisa também revelou que os brasileiros mais velhos são mais céticos em relação aos aplicativos de relacionamento. Apenas 26% das pessoas entre 34 e 54 anos acreditam que é possível criar conexões reais pela internet, para os acima de 55 anos, a porcentagem é de 22%. O estudo do Inner Circle ouviu 1.005 brasileiros solteiros e abertos a relacionamentos entre os dias 8 e 14 de abril. 

Acompanhe tudo sobre:AppsCoronavírusPesquisa

Mais de Casual

8 restaurantes brasileiros estão na lista estendida dos melhores da América Latina; veja ranking

Novos cardápios, cartas de drinques e restaurantes para aproveitar o feriado em São Paulo

A Burberry tem um plano para reverter queda de vendas de 20%. Entenda

Bernard Arnault transfere o filho Alexandre para a divisão de vinhos e destilados do grupo LVMH