. (Philippe Wojazer/Reuters)
EFE
Publicado em 11 de março de 2018 às 09h47.
O líder da banda U2, Bono, pediu desculpas em relação às acusações de assédio ocorridas na ONG One, que ele contribuiu para fundar para combater a pobreza.
Entre as alegações reveladas pelo jornal "Mail on Sunday" está a de uma funcionária que alega ter se sentido pressionada para ter relações sexuais com um deputado da Tanzânia. Após rejeitar essas pressões, ela foi rebaixada de função e teve o seu salário diminuído, conforme explicou à publicação.
"Sentimos profundamente. Odeio o assédio, não posso suportar", afirmou Bono em comunicado divulgado neste domingo e no qual admite que em novembro do ano passado soube de diversas acusações graves nos escritórios da One em Johannesburgo (África do Sul).
O astro contou que tinham sido relatadas "preocupações sobre baixa moral e má gestão" nesse escritório, mas assegura que não conhecia as acusações que "emergiram recentemente".
Bono argumenta na nota que o executivo-chefe da One, Gayle Smith, tomou ações "decisivas" para acabar com o problema.
A One foi fundada em 2004 como uma organização sem fins lucrativos para combater a extrema pobreza e prevenir doenças em países do terceiro mundo, especialmente na África.
O "Mail on Sunday" revelou que em fevereiro de 2015 um funcionário da organização que se demitiu enviou um e-mail aos responsáveis da One no qual advertia sobre um ambiente "tóxico, pouco profissional, dominado pelo medo, a intimidação e o assédio".
O diretor-executivo, por sua vez, reconheceu que uma investigação interna determinou que existiu uma cultura de "assédio e desprezo" na ONG entre 2011 e 2015.
"Os trabalhadores recebiam ofensas e alguns disseram que seu superior os colocavam para realizar tarefas domésticas em suas residências", afirmou Smith, acrescentando que não foram "corroboradas" as acusações da mulher que alega ter sido pressionada a ter relações sexuais.