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Bolt se lesiona e não termina última corrida da carreira

Na final do revezamento 4x100 metros do Mundial de Atletismo, velocista recebeu o bastão para os últimos 100m, mas não conseguiu cruzar a linha de chegada

Usain Bolt (Matthew Childs/Reuters)

Usain Bolt (Matthew Childs/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de agosto de 2017 às 18h43.

Última atualização em 12 de agosto de 2017 às 18h56.

São Paulo - A lenda Usain Bolt teve um final de carreira humano, como qualquer mortal no planeta Terra. Neste sábado, na final do revezamento 4x100 metros do Mundial de Atletismo, no estádio Olímpico, em Londres, o velocista jamaicano recebeu o bastão para os últimos 100 metros na terceira colocação e logo no início de sua corrida sentiu uma lesão muscular e não conseguiu nem cruzar a linha de chegada. Se contorceu em dores e viu os adversários o ultrapassarem. Deixou a pista consolado pelos seus companheiros.

A surpreendente final teve um resultado inesperado. A Grã Bretanha cruzou a linha de chegada em primeiro com o tempo de 37s47 e bateu um dos favoritos, os Estados Unidos - prata com 37s52. Assim como nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, o Japão ficou com a medalha de bronze com a marca de 38s04.

O sorriso fácil, a personalidade forte, o carisma e o talento ganharam a companhia da emoção de Usain Bolt, um dos maiores nomes do esporte mundial, entraram definitivamente para a história. Neste sábado, perto de completar 31 anos, o astro jamaicano saiu de cena após a disputa do revezamento 4x100 metros. Pouco importava a cor da medalha, ou mesmo se ela viria - o que todos queriam ver era a última vez em que o maior de todos os tempos pisava em uma pista de forma competitiva.

Omar McLeod, Julian Forte e Yohan Blake tiveram a honra de competir ao lado de Usain Bolt em sua despedida, no estádio Olímpico de Londres, palco de suas grandes conquistas na Olimpíada de 2012. Durante a apresentação dos atletas, os jamaicanos brincaram com o público e fizeram uma rápida coreografia. No aquecimento, Bolt acenava para todos.

A despedida das pistas deixou o herói emocionado. Logo após a disputa das eliminatórias para a final, ainda pela manhã, Usain Bolt disse que não conseguia externar os seus sentimentos. "Não há palavras para descrever como estou me sentindo. Recebo muito apoio do público e agradeço muito por isso", disse.

É verdade que esse término não será do jeito que se imaginava, já que o jamaicano ficou com a medalha de bronze na disputa dos 100 metros, no sábado passado, perdendo para os norte-americanos Justin Gatlin (ouro) e Christian Coleman (prata). Mesmo assim, Usain Bolt é o homem mais rápido da história. O jamaicano bateu três vezes o recorde mundial dos 100 metros e também é o recordista dos 200 metros. As duas melhores marcas foram conquistadas no Mundial de Atletismo de Berlim-2009 - o tempo dos 100 metros é o de 9s58 e dos 200 metros, de 19s19. Ambos ainda deverão durar por vários anos.

A recordação de seus êxitos é inesgotável. Nos 100 metros ele tem três títulos mundiais (Berlim-2009, Moscou-2013 e Pequim-2015) e três ouros em Jogos Olímpicos (Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016). Tem mais quatro títulos mundiais nos 200 metros (Berlim-2009, Daegu-2011, Moscou 2013 e Pequim-2015), além de uma prata (Osaka-2007). Por sinal, a prova dos 200 metros é a sua favorita, mas ele decidiu não participar para guardar energia para os 100 metros e para o revezamento 4x100m - o revezamento, inclusive, traz a única lembrança amarga para Usain Bolt em Olimpíadas. Nos Jogos de Pequim-2008, o time da Jamaica perdeu a medalha de ouro após Nesta Carter testar positivo para doping.

Fenômeno raro no esporte, Usain Bolt sai de cena para se juntar à lendas como Muhammad Ali, Ayrton Senna, Pelé, Maradona, Michael Jordan, Roger Federer, entre outros. A partir de agora, o jamaicano deverá seguir para a Alemanha, onde quer fazer testes no Borussia Dortmund - tem o sonho de se tornar jogador de futebol profissional. É melhor ninguém duvidar de um dos maiores atletas de todos os tempos.

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