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Boicote à Copa América é unanimidade na seleção brasileira, diz Casemiro

De olho na verba de US$4 milhões pela participação, federações insistem na realização do evento mesmo com boicote dos jogadores; CBF já espera um pedido de demissão de Tite na terça (5)

Casemiro, jogador da Seleção Brasileira de Futebol
REUTERS/Hannah McKay (Hannah McKay/Reuters)

Casemiro, jogador da Seleção Brasileira de Futebol REUTERS/Hannah McKay (Hannah McKay/Reuters)

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GabrielJusto

Publicado em 5 de junho de 2021 às 12h12.

A indisposição de disputar a Copa América na iminência de uma terceira onda de covid-19 no Brasil não é apenas um levante de alguns jogadores contra a hierarquia da Confederação Brasileira de Futebol, mas sim uma unanimidade entre os jogadores da seleção. Pelo menos foi essa a mensagem do volante Casemiro em entrevista à Globo logo após da vitória por 2 a 0 contra o Equador, pelas eliminatórias da Copa do Mundo.

"Não podemos falar do assunto. Todo mundo já sabe do nosso posicionamento. Mais claro impossível. O Tite deixou claro para todo mundo o que nós pensamos da Copa América. Existe respeito e hierarquias que respeitamos. Claro que queremos dar a nossa opinião, rolou muitas coisas", disse Casemiro ao deixar o gramado do Beira Rio. 

Seguindo a orientação do técnico Tite, o jogador, que é líder da seleção, repetiu que só deve se posicionar oficialmente após o próximo jogo das Eliminatórias, contra o Paraguai, em Assunção, que acontece na próxima terça-feira (8).

"O Tite explicou qual foi a situação. O que ele falou, eu como capitão e líder dos jogadores, confirmo que foi isso mesmo. Nós nos posicionamos. Mas nós falaremos num momento oportuno", disse Casemiro. "E não sou eu, não são os jogadores da Europa, quando fala alguém, é o grupo, todos os jogadores, o Tite e a comissão técnica. Tem de ser unânime."

Rumores dão conta de que a reunião entre esse grupo e a presidência da CBF, na última quinta-feira (3), ao invés de pacificar a situação, só acirrou os ânimos dos envolvidos. Os jogadores teriam firmado ainda mais sua posição contra a realização do torneio após terem sido tratados como subordinados pelo presidente, Rogério Caboclo, que em seguida chegou receber uma acusação de assédio sexual.

O clima tenso na seleção já colocou no radar da CBF um possível pedido de demissão de Tite, que pode acontecer logo após o jogo contra o Paraguai, na terça (8). Nos bastidores, jogadores e técnicos de outras seleções envolvidas na competição, como Argentina, Peru, Chile e Uruguai também se movimentam pelo boicote à Copa América.

Com o boicote à vista e cada vez mais provável, as associações nacionais de futebol já negociam com a Conmebol a possibilidade da convocação de mais jogadores, possibilitando a realização do torneio mesmo sem a presença dos nomes principais das seleções - o que seria algo inédito nos 105 anos da Copa América.

Apesar da pandemia, as federações insistem na realização da competição por conta dos US$4 milhões de dólares que cada uma deve receber pela participação. O montante ajudaria a aliviar o caixa das associações, já bastante prejudicado pela pandemia.

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