Deep Flight Aviator, um submarino projetado para voar debaixo d'água. é visto durante uma missão de teste (Hawkes Ocean Technologies/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2013 às 17h46.
Paris - Graham Hawkes, inventor do “avião subaquático”, estreou sua criação nesta semana na Exposição de Iates de Mônaco, na tentativa de atrair os bilionários donos de barcos para levá-los ao mergulho.
“Isto é literalmente voar debaixo d’água”, disse Hawkes, em uma entrevista. Ele é engenheiro marítimo nascido no Reino Unido que passou décadas desenhando escafandros e submarinos de vanguarda. “Quando a pessoa fizer isso, não vai querer fazer outra coisa”.
Hawkes é um dos quatro vendedores de submarinos que se apresentam pela primeira vez na exposição de Mônaco – um dos eventos mais importantes de iates do mundo – para mostrar maravilhas da alta tecnologia de milhões de dólares que eles consideram como acessórios perfeitos para os ricos.
A U-Boat Worx, a Triton Submarines LLC, a Seamagine Hydrospace Corporation e a Hawkes Ocean Technologies estão apostando que os super-ricos vão querer ir além das viagens em barcos de luxo de dezenas de milhões de dólares. Eles projetam que as vendas anuais de submarinos privados e pequenos de luxo passem de uns poucos agora para dois dígitos na próxima década.
Junto com o crescimento no tamanho dos iates – neste ano foi lançado um com o tamanho recorde de 179 metros, o Azzam – expandiu-se a lista de distrações a bordo. Mergulhar em um Jacuzzi, jogar em uma quadra flutuante ou tocar um piano Steinway de cola já não é suficiente.
“Há uma mudança na atitude dos superdonos de iates”, afirma Bert Houtman, fundador e presidente do conselho da U-Boat Worx, sediada na Holanda, enquanto examina dois dos seus modelos de submarinos mostrados nos cais de Mônaco. “Eles estão cansados de beber vinho branco e andar de jet ski, estão procurando outras emoções”.
Preços
Os submergíveis em oferta custam entre US$ 1,5 milhão e US$ 4,2 milhões dependendo do tamanho e da capacidade de mergulho. Estima-se que a frota global atual seja de aproximadamente 25 unidades, incluindo iates privados, como o Octopus (“Polvo”), propriedade do cofundador da Microsoft, Paul Allen.
Guardar um submarino de 8.180 quilos de forma elegante em um iate de design pode ser um desafio. Os fabricantes pedem aos donos que seus barcos sejam concebidos pensando especificamente em submarinos ou investindo em um navio especial para transportar esses brinquedos e lanchas menores que acompanham os iates de grande tamanho.
Os submergíveis privados são “uma forma de explorar coisas que nenhum humano viu”, disse Marc Deppe, vice-presidente de vendas e marketing da Triton, em uma entrevista. “Para isso, você precisa de profundidade”.
Tubarões, fontes hidrotermais e morros subaquáticos estão entre as maravilhas que os ricos mais entediados poderiam admirar desde uma cápsula com ar pressurizado, equipe de som e vistas panorâmicas, explica Deppe.
Também há atrações artificiais. Em julho, a U-Boat desceu 60 metros com o presidente russo Vladimir Putin no Golfo da Finlândia para ver o Oleg, um naufrágio do século XIX.
“É mágico”
Os profissionais dos superiates são muito sigilosos sobre a identidade dos seus clientes, portanto Deppe afirma, sem dar nomes, que isso já está acontecendo.
As próprias companhias capacitam e outorgam licenças para dirigir submarinhos por meio de cursos internos. Entre as medidas de segurança se encontra o sinal do “homem morto”, que deve ser lançado pelo piloto a cada dez minutos. Caso contrário, o submarino retorna automaticamente à superfície.
As máquinas voadoras subaquáticas de Hawkes são diferentes das outras. As dele se assemelham aos aviões de asas arredondadas com cabines em forma de bolha, e as dos outros parecem ÓVNIS.
“Eles são como helicópteros, nós parecemos um jato Lear”, explica Hawkes desde seu balcão em Mônaco, em frente a iates de milhões de dólares em exposição para sua venda ou aluguel. Atrás dele, um cartaz com sua imagem e a do bilionário Richard Branson mergulhando com um avião subaquático, quando cruzaram um grande tubarão branco.
“A nossa meta é voar, brincar com os grandes animais”, disse Hawkes. “Isso sim que é mágico”.