Interior do pavilhão da Bienal no Parque do Ibirapuera: A equipe de curadores, liderada pelo venezuelano Luis Pérez-Oramas, trabalhou o conceito de iminência (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2012 às 17h47.
São Paulo - A 30ª edição da Bienal de São Paulo abrirá suas portas nesta sexta-feira, propondo o protagonismo das obras e de seus criadores, com 3 mil peças que sugerem o diálogo e o debate sobre a função da arte.
Sob o título ''A iminência das poéticas'', 111 artistas, boa parte deles da América Latina, compõem o universo da Bienal, que ficará aberta ao público até o dia 9 de dezembro.
A equipe de curadores, liderada pelo venezuelano Luis Pérez-Oramas, trabalhou o conceito de iminência, entendido como o que pode acontecer a qualquer momento, mas também como o discurso do poder comunicativo da arte.
Metade das peças em exibição foram criadas para o evento, que além de ocupar o pavilhão da Bienal projetado por Oscar Niemeyer no Parque do Ibirapuera, se estende por outros espaços da metrópole como o Museu da Cidade, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) e o Instituto Tomie Ohtake.
Com um orçamento de R$ 22,4 milhões, 20% menor que o da edição de 2010, a Bienal deste ano se concentra na arte e abandona o tom polêmico da última edição.
Na ocasião, um grupo de ativistas vandalizou a obra ''Bandeira Branca'' do artista plástico Nuno Ramos, que apresentava três grandes blocos de concreto envolvidos por enormes telas, nas quais três abutres vivos permaneciam enjaulados.
Embora as aves tivessem de espaço suficiente para voar, os ativistas cortaram uma das telas e fizeram pichações exigindo a libertação dos animais.
Pouco depois, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) pediu a retirada das aves, apesar de terem autorizado a utilização dos animais anteriormente.
Outra obra que gerou forte repercussão foi a coleção ''Inimigos'', de Gil Vicente. O trabalho consistia em uma série de pinturas nas quais o artista se representava assassinando diferentes personalidades, como o então presidente Lula.
Afastando-se das polêmicas, Pérez-Oramas declarou na apresentação à imprensa na última segunda-feira que esta é ''uma bienal para a ressonância das obras e de seus artistas'' e garantiu que se trata de uma edição ''inteligente, não bombástica''. EFE