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Bielorrussa Svetlana Alexievich vence Nobel de Literatura

A jornalista e escritora, de 67 anos, é a 14ª mulher premiada com o Nobel de Literatura desde sua criação, em 1901


	Ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura em 2015, Svetlana Alexijevich: ela é autora de livros impressionantes sobre a catástrofe de Chernobyl ou a guerra do Afeganistão, proibidos em seu país
 (Reuters / Stringer)

Ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura em 2015, Svetlana Alexijevich: ela é autora de livros impressionantes sobre a catástrofe de Chernobyl ou a guerra do Afeganistão, proibidos em seu país (Reuters / Stringer)

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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2015 às 10h32.

A bielorrussa Svetlana Alexievich é a vencedora do prêmio Nobel de Literatura em 2015, por sua "obra polifônica, memorial do sofrimento e da coragem em nossa época", anunciou a Academia Sueca.

A jornalista e escritora, de 67 anos, é a 14ª mulher premiada com o Nobel de Literatura desde sua criação, em 1901.

"Acabo de informá-la", afirmou Sara Danius, secretária da Academia Sueca, ao canal público SVT. "Ela disse apenas uma palavra: Fantástico!", declarou.

"É uma grande escritora, que encontrou novos caminhos literários", disse Danius.

"É extraordinário receber este prêmio", reconheceu a escritora, que foi contactada por telefone pela emissora sueca SVT.

Alexievich, que era apontada como favorita ao prêmio há alguns anos, é autora de livros impressionantes sobre a catástrofe de Chernobyl ou a guerra do Afeganistão, proibidos em seu país, que não a perdoa pelo retrato que fez do "homo sovieticus", um ser incapaz de ser livre.

Muitos de seus compatriotas a leem, embora o regime autoritário do presidente Alexander Lukashenko impeça suas aparições públicas em Minsk, onde vive durante parte do ano.

"Nos últimos 30 ou 40 anos dedicou seu tempo à cartografia do indivíduo soviético e pós-soviético. Mas não é uma história dos acontecimentos. É uma história das emoções, uma história da alma", explicou Danius à Fundação Nobel.

Romances-documentais

O anúncio do prêmio foi muito aplaudido pelo numeroso público presente na Academia Sueca.

Nascida em 31 de maio de 1948 no oeste da Ucrânia em uma família de professores e formada na faculdade de jornalismo da Universidade de Minsk, Alexievich começou a recolher em um gravador os relatos de mulheres que combateram durante a Segunda Guerra Mundial.

Estes testemunhos foram a base de seu primeiro romance, "The War's Unwomanly Face", escrito em russo, assim como o conjunto de sua obra.

Desde então, Alexievich segue utilizando o mesmo método para escrever seus romances com tons documentais e entrevista durante anos as pessoas que viveram experiências comoventes.

"Preciso prender uma pessoa num momento no qual foi abalada", havia explicado a escritora ao semanário russo Ogonyok.

"Por meio de seu extraordinário método, Alexievich aprofunda nossa compreensão de toda uma era", escreveu a Academia Sueca.

"Zinky Boys", um livro sobre a guerra do Afeganistão, foi o responsável por torná-la famosa.

Sua obra mais conhecida, "Voices from Chernobyl", foi traduzida para vários idiomas e publicada em todo o mundo. No entanto, nenhum livro da autora foi publicado no Brasil até hoje.

Alguns de seus livros foram adaptados para o teatro na França e na Alemanha, onde recebeu o prestigioso prêmio da Paz na Feira Literária Frankfurt em 2013.

Alexievich sucede o romancista francês Patrick Modiano, vencedor do Nobel de Literatura em 2014, e receberá uma recompensa de oito milhões de coroas suecas (860.000 euros, 973.000 dólares).

Na sexta-feira será divulgado o vencedor do prêmio Nobel da Paz, outro dos prêmios mais esperados.

Atualizado às 10h32.

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