Vendedor de jornal instala sua banca de vendas na frente ao tribunal onde o velocista sul-africano Oscar Pistorius deve comparecer, em Pretoria (Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2013 às 12h16.
São Paulo - A polícia sul-africana encontrou um bastão de críquete manchado de sangue na casa do atleta paralímpico Oscar Pistorius, acusado do assassinato de sua namorada na última quinta-feira, informou neste domingo o semanário City Press.
Fontes policiais próximas à investigação indicaram a este meio de comunicação que o crânio da namorada de Pistorius, a modelo de 29 anos Reeva Steenkamp, havia sido "destroçado".
"Havia muito sangue no bastão, a polícia científica determinará de que sangue se trata", disseram estas fontes ao jornal.
Os policiais estabeleceram três hipóteses, segundo o City Press, que afirma ter recebido estas informações de três fontes diferentes: Pistorius teria agredido a namorada com o bastão, sua namorada teria utilizado o objeto para se defender, ou o atleta teria usado o bastão para derrubar a porta do banheiro onde Reeva teria se refugiado.
Na quinta-feira, a polícia rejeitou a teoria de que Pistorius, de 26 anos, teria confundido sua namorada com um ladrão. O City Press afirma que a vítima vestia uma camisola no momento do assassinato.
Segundo a polícia, a modelo recebeu quatro disparos de uma pistola 9 mm, dois deles na cabeça. Um cartucho foi encontrado no quarto de Pistorius, e a polícia acredita que ele pode ter feito ali o primeiro disparo, obrigando-a a se refugiar no banheiro.
"Suspeita-se de que o primeiro tiro, no quarto, tenha a atingido no quadril. Ela saiu correndo e se escondeu no banheiro (...) Então ele atirou outras três vezes", disse uma fonte policial ao City Press.
Segundo vizinhos citados pelo Sunday Independent, os dois namorados discutiam desde o início da noite de quarta-feira. Guardas do condomínio fortificado dos arredores de Pretória onde Pistorius vivia precisaram inclusive intervir.
Pistorius telefonou para o pai às 03h20 locais na madrugada de quinta-feira, pedindo que fosse ao local o mais rápido possível. Mas não chamou nem a polícia, nem uma ambulância. Foi o pai de uma amiga, a quem Pistorius também pediu que fosse a sua casa, que solicitou ajuda médica urgente.
Quando esta amiga e seu pai chegaram à casa do atleta, ele descia as escadas, tremendo e carregando nos braços o corpo da namorada.
Reeva Steenkamp ainda respirava e tentou reanimá-la.
A mulher vestia uma camisola e os inspetores encontraram sua bolsa e um iPad no chão do quarto de Oscar. Os lençóis estavam revolvidos.
Pistorius afirmou a sua irmã Aimée que algo terrível havia ocorrido e que havia confundido Reeva com um ladrão.
Como outros membros da família do atleta, o pai dele, Henke Pistorius, afirmou ao Sunday Telegraph que não tem a menor dúvida de que Oscar matou a namorada por engano. Acrescentou que fará todo o possível para defendê-lo. O próprio atleta nega ter assassinado a namorada.
Mas as três fontes próximas à investigação citadas pelo City Press excluem a tese de homicídio por engano - rejeitada também pela polícia desde quinta-feira - já que não havia sinais de arrombamento.
Os investigadores têm provas "sólidas como uma rocha" contra Pistorius, segundo o semanário.
Oscar Pistorius está detido em uma cela policial e pedirá liberdade sob fiança na quarta-feira, o dia em que será realizado o funeral de sua namorada. Se for considerado culpado, pode ser condenado à prisão perpétua.
O atleta sul-africano entrou para a história do atletismo mundial em Londres em 2012, ao se converter no primeiro campeão paralímpico a participar de Jogos Olímpicos.