Rio Boat Show de 2022: ações na água, drinques e gastronomia na edição deste ano (Rio Boat Show/Divulgação)
Editor de Casual e Especiais
Publicado em 28 de abril de 2023 às 06h30.
Funciona como um salão do automóvel, com os carros expostos para visitação. Só que no Rio Boat Show os visitantes têm o privilégio de ver os barcos na água mesmo. Serão iates, lanchas, veleiros e catamarãs nas águas da Baía de Guanabara. Compradores podem ainda ter a chance de fazer o teste drive dos barcos.
O maior evento náutico brasileiro vai começar neste sábado 29 de abril e vai até 7 de maio, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. A expectativa para este ano é que 35.000 pessoas passem por lá, gerando mais de 250 milhões de reais em vendas.
É um número similar ao do ano passado, quando 174 embarcações foram vendidas no evento. Sim, essa é uma diferença em relação aos salões de automóveis, em que as montadoras apenas exibem seus lançamentos. O Rio Boat Show é voltado para vendas diretas para o consumidor ou lojistas que fazem por lá os pedidos.
“Barco deixou de ser coisa de rico”, afirma Ernani Paciornick, presidente do grupo Náutica e organizador do evento, sobre as mudanças no setor nos últimos anos. “Antes realmente era algo menos acessível, mas hoje uma embarcação tem o preço de um segundo carro.”
Paciornick dá o exemplo de um jet ski, que segundo ele pode custar o mesmo que um carro popular. É o caso do Jet Sea-Doo Spark, que custa a partir de 59.990 reais. Em termos de embarcação, um Coral 22, com motor de 100 hp, tem preço de 179.900 reais.
O executivo aponta diferenças comportamentais nesse segmento nos anos mais recentes. “As embarcações viraram casas na pandemia, mudou a forma como o público vê o setor. A tecnologia melhorou muito, não é mais aquela alegria ao comprar e ao vender um barco, os prazos de garantia são de cinco, dez anos.”
Paciornick conta que quando comprou os direitos do salão, em 1998, os barcos usavam bússola e sonar como instrumentos de localização, e os materiais se resumiam a madeira e fibra de vidro. “Hoje a navegação acontece por satélite, tudo o que você tem na aviação encontra nos barcos”, diz.
A fibra de carbono trouxe leveza e resistência para as embarcações. “O design evoluiu muito, as paredes são de vidro, existe muito mais segurança”, afirma. O mercado de segunda mão, bastante aquecido, também faz do setor um bom investimento, garante. “Às vezes você revende mais caro do que comprou.”
No fim dos anos 1990, conta, quase não havia presença de barcos importados. Hoje estaleiros internacionais produzem do Brasil para o mundo, caso da italiana Azimut, em Itajaí. A operação brasileira da também italiana Sessa já é maior do que a internacional.
Os compradores hoje se dividem entre 75% homens e 25% mulheres. “Mas já foi 99% masculino. As mulheres estão ocupando espaço no setor e muitas velejam sem a presença de um homem. E na família o poder de decisão de compra é delas.”
A Rio Boat Show tem dois desdobramentos. O São Paulo Boat Show acontece no segundo semestre, é realizado dentro do São Paulo Expo e é ainda maior. O Marina Itajaí costuma acontecer em julho e é mais regional, apesar da importância. Juntos, os salões respondem por 70% das vendas do setor, segundo a organização.
Uma das atrações no Rio Boat Show será o Azimut Grande 27, iate igual ao do jogador Cristiano Ronaldo. Além dos barcos na água alguns estandes oferecem experiências interativas, como o simulador de atracação da Volvo penta e o teste prático do estabilizador Seakeeper.
A CL Vela vai proporcionar aos visitantes uma ação chamada Minha Primeira Velejada, para divulgar e incentivar a prática da modalidade. Visitantes a partir dos sete anos poderão comparecer ao píer e para participar da ação e velejar pelas águas da Baía de Guanabara.
Já o catamarã VivereXtreme, de 60 pés, estará presente no Rio Boat Show como um bar flutuante, para os visitantes tomarem um drinque. E o restaurante Papiro, de Angra dos Reis, terá no local um barco restaurante de 30 lugares. Só não abuse da comida e da bebida se for participar das ações no mar.